Declaração da embaixadora Elizabeth Frawley Bagley

Boa tarde a todos. É um prazer recebê-los aqui. 

Voltei ontem para o Brasil de participar da reunião com o presidente Biden e com o presidente Lula e a delegação brasileira, na sexta-feira passada. Também aproveitei a viagem para visitar, na segunda-feira, o Comando Sul dos Estados Unidos em Miami. Me reuni com a general Laura Richardson e sua equipe, para falar sobre a cooperação de segurança com o Brasil. 

Os dois presidentes e suas equipes tiveram conversas produtivas sobre a importância de proteger o meio ambiente, democracia e direitos humanos, comércio e investimento e uma série de questões globais. Gostaria de apresentar algumas das minhas observações sobre o que significa para o futuro das relações entre Brasil e Estados Unidos. 

Creio que estão cientes de que, devido à uma agenda apertada, a reunião entre o presidente Biden e o presidente Lula estava prevista para durar 15 minutos. No entanto, durou mais de uma hora, um sinal claro da sinergia entre os presidentes.  Eles têm visões muito corajosas das suas prioridades políticas e isso foi notável e demonstra uma indicação sem dúvidas das muitas questões importantes da nossa agenda bilateral. 

Após o encontro no Salão Oval, os presidentes chefiaram uma reunião mais ampla na Sala do Gabinete. O presidente Biden estava acompanhado do secretário de Estado Anthony Blinken e da secretária do Tesouro Janet Yellen, enquanto o presidente Lula foi acompanhado pelos homólogos brasileiros. A delegação dos Estados Unidos também incluiu outros representantes de alto nível, como a secretária de Comércio Gina Raimondo, secretária do Interior Deb Haaland, conselheiro de Segurança Nacional Jake Sullivan, eu mesma, assessor Especial da Presidência para as Américas Chris Dodd, enviado Especial da Presidência para o Clima John Kerry, e secretário de Estado Adjunto para Assuntos do Hemisfério Ocidental Brian Nichols. Eles representam mais de um quarto do gabinete do governo norte-americano, mais um sinal da importância e amplitude da parceria entre nossos países. 

Essa segunda reunião também durou mais de uma hora, e o presidente Lula discutiu suas prioridades para a cooperação bilateral: democracia e Estado de Direito, clima, governança global (particularmente a reforma do Conselho de Segurança da ONU), igualdade racial, energia, comércio e investimento. 

O presidente Biden concordou em fazer parcerias em todas essas prioridades e ressaltou sua intenção de trabalhar com o Congresso e trazer todo o empenho do governo dos Estados Unidos para realizar uma contribuição inicial significativa para o Fundo Amazônia e outras iniciativas importantes destinadas a enfrentar a crise climática, bem como mobilizar recursos adicionais do setor privado e instituições filantrópicas norte-americanas e internacionais. Esta foi a terceira vez que John Kerry e a ministra Marina Silva se encontraram, e estamos ansiosos para reuniões futuras para continuar a expandir nossa parceria climática. Portanto, nosso trabalho para garantir um apoio robusto à nossa agenda climática, está apenas começando. 

Os presidentes também falaram sobre a retomada do JAPER, Plano de Ação Conjunto para Eliminar a Discriminação Racial e Étnica e Promover a Igualdade, . O JAPER é um acordo bilateral histórico que trabalha pela igualdade racial, étnica e inclusão social. Essa é uma prioridade que já estamos discutindo com a ministra Anielle Franco, o chanceler Mauro Vieira e sua equipe no Itamaraty, o ministro Silvio Almeida e sua equipe, e vamos compartilhar mais informações sobre os próximos passos no JAPER em breve.  

Durante reuniões com os funcionários do gabinete dos Estados Unidos e do Brasil em Washington, discuti os planos de muitos representantes de alto nível que pretendem visitar o Brasil nos próximos dois a três meses. Isso demonstra mais um forte sinal de interesse do governo norte-americano em manter um engajamento positivo para explorar oportunidades de cooperação bilateral.  

Vamos dar mais detalhes sobre essas visitas assim que elas forem oficialmente anunciadas.  Cada uma delas vai avançar as prioridades políticas discutidas nas reuniões dos presidentes, e vai traçar o caminho para uma futura visita do presidente Biden ao Brasil, um convite que ele aceitou do presidente Lula.  

Para concluir, gostaria de enfatizar que o encontro dos presidentes foi um dos mais significativos dos últimos anos. Para os Estados Unidos, a reunião mostrou a verdadeira parceria que existe entre nossos países, as oportunidades para melhorar a vida e o futuro de nossos povos e o incrível potencial dos dois países, trabalhando juntos e com outros parceiros, para enfrentar os desafios na região e no mundo. O presidente Biden percebeu que, no presidente Lula, ele tem um forte parceiro e aliado. Posso afirmar, em primeira mão, que os dois líderes estabeleceram, nesta reunião, os fundamentos para colaboração e parceria contínua nos próximos meses e anos.   

Muito obrigada e agora estou disponível para responder algumas perguntas.