Declaração do encarregado de Negócios da Embaixada e Consulados dos EUA, Douglas Koneff, sobre anexação de territórios ucranianos pela Rússia

Brasília, 5 de outubro de 2022

Gostaria de agradecer ao encarregado de Negócios da Ucrânia, Anatoliy Tkach, pelas suas palavras, à anfitriã e encarregada de Negócios do Reino Unido, Melanie Hopkins por promover este encontro, e aos nossos colegas diplomáticos com quem compartilhamos uma visão comum sobre a situação urgente na Ucrânia.

Os referendos falsos da Rússia, diretamente vindo do Kremlin, foram um exercício de coerção e desinformação, onde civis ucranianos foram forçados a votar sob a vigilância de soldados russos armados. Os esforços de anexação são uma afronta aos princípios que sustentam a paz e o bem-estar internacional. Uma ofensa não apenas à Ucrânia, mas a toda a Europa, e a qualquer país e sociedade que valoriza a soberania, a integridade territorial e os princípios da Carta das Nações Unidas.

O povo ucraniano tem expressado consistentemente seu desejo de um futuro livre e democrático, de permanecer independente e de governar a si próprio. Seus soldados e cidadãos estão resistindo corajosamente as pressões de Putin para anexar por meio da força as fronteiras internacionalmente reconhecidas da Ucrânia. Os ucranianos deixaram claro que não são russos e que não querem fazer parte da Rússia.

Os Estados Unidos nunca vão reconhecer as tentativas do Putin de anexar partes da Ucrânia. Muito pelo contrário. Continuaremos a trabalhar com aliados e parceiros para trazer ainda mais pressão sobre a Rússia, os indivíduos e as entidades que estão ajudando a apoiar a tentativa de anexar terras.

Desde que soubemos das intenções de Putin para a Ucrânia, nossa mensagem tem sido clara e consistente: instamos todas as nações e todas as pessoas a agirem da maneira que puderem e a usarem qualquer influência que tenham com Putin para convencê-lo a acabar com esta guerra injustificada.

Fornecemos cerca de 30 bilhões de dólares, em apoio à Ucrânia, desde as primeiras hostilidades da Rússia em 2014, incluindo quase 20 milhões de dólares em apoio militar desde que a Rússia iniciou uma guerra premeditada, não provocada e brutal contra a Ucrânia em 24 de fevereiro. As necessidades são imensas. Mais de 1,5 bilhão de dólares em assistência humanitária aos refugiados, às populações deslocadas e vulneráveis e às comunidades dentro da Ucrânia e na região até hoje.

Vamos ser claros sobre o que está em jogo aqui e o provável resultado caso a Rússia continue neste caminho. O que está em jogo não é apenas a existência de uma nação soberana, a Ucrânia, mas também a proteção de valores universais que são fundamentais para nossas democracias. O próprio povo russo começou a questionar aberta e publicamente, como falou Melanie, as ações ilegais de Putin e o caminho destrutivo que ele está traçando.

As ameaças veladas de guerra nuclear de Putin pretendem nos intimidar, mas representam realmente as palavras irresponsáveis e perigosas de um tirano, tentando desesperadamente se agarrar ao poder. Assim como o mundo tem visto desde 24 de fevereiro, o próprio povo de Putin começou a perceber suas ambições autoritárias e os danos imensuráveis que ele está causando ao país e à Ucrânia. Ele não terá sucesso – o corajoso povo ucraniano e o mundo não vão permitir.

Enquanto a Rússia continua sua invasão, nos próximos dias, continuaremos a trabalhar com nossos aliados e parceiros para impor custos econômicos adicionais à Rússia e aos indivíduos e entidades dentro e fora do país que prestam apoio a essa ação. Reuniremos a oposição global às tentativas de anexação da Rússia, inclusive nas Nações Unidas. E continuaremos a apoiar os ucranianos na defesa de seu território e de sua soberania. Obrigado.