Embaixadora dos EUA, Liliana Ayalde
Sr. Presidente, iIlustres colegas representantes de governo, parceiros multilaterais, sociedade civil, senhoras e senhores,
É um grande prazer participar desta importante comemoração com tão ilustres colegas e valorosos parceiros regionais. Agradeço ao Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) e ao Conselho Norueguês para Refugiados, que tiveram papel fundamental para reunir parceiros e manter o ímpeto da Declaração de Cartagena sobre Refugiados. Quero também expressar minha profunda gratidão ao governo do Brasil por sediar este evento comemorativo.
É natural que esta reunião hoje seja no Brasil, país com mais de 7 mil refugiados de 81 países – e esses números comprovam que o Brasil é cada vez mais visto como terra de oportunidades por algumas das populações mais vulneráveis do mundo, tendência que deve se manter no futuro.
O 30o aniversário da Declaração de Cartagena e a declaração de Brasília nos dão a oportunidade de refletir sobre os avanços realizados com relação às questões humanitárias que afetam o nosso continente, assim como de propor soluções novas e inovadoras para melhorar a proteção dos refugiados, dos deslocados e dos apátridas na região.
Os Estados Unidos se orgulham de ser uma nação que acolhe os que fogem da violência e da opressão. A Lei dos Refugiados de 1980 consagra esse ideal na legislação dos EUA. O governo Obama faz questão de receber os refugiados da região nos Estados Unidos. Nos últimos cinco anos, os Estados Unidos reassentaram mais de 300 mil refugiados do mundo todo. Esses refugiados têm tornado as nossas comunidades mais vibrantes e a nossa nação mais forte. Estamos determinados a trabalhar junto com vocês para ajudar as pessoas que vivem em situação de conflito a encontrar segurança, dignidade e a oportunidade de viver em paz.
Pensando no futuro, um problema prioritário em nossa agenda é a apatridia. O governo dos EUA apoia firmemente o Plano de Ação Global da Acnur para evitar e reduzir a apatridia e proteger os apátridas e faz uso da diplomacia para trabalhar com outros governos da região com o objetivo de evitar e resolver situações que deixam as pessoas sem nacionalidade. Apoiamos as metas definidas no programa Cartagena + 30 de erradicar a apatridia nas Américas nos próximos dez anos.
Para o meu governo, um desafio perto de casa é a quantidade de crianças desacompanhadas e de famílias que fazem a terrível jornada da América Central para a fronteira sudoeste dos Estados Unidos. Dezenas de milhares de crianças desacompanhadas chegaram à nossa fronteira sul este ano. O governo Obama, por meio de um ato do Executivo sobre imigração anunciado recentemente, tem trabalhado para desenvolver uma resposta humana e efetiva, incluindo ajuda para capacitação em toda a região, com o propósito de administrar a migração de modo mais eficaz e oferecer proteções adequadas quando necessário. Embora nos últimos meses os números tenham diminuído e atingido o nível mais baixo em quase dois anos, precisamos continuar nossos esforços para proteger essas crianças e tratar dos fatores subjacentes da violência e da pobreza em seus países de origem que estimulam a migração.
Os Estados Unidos mantêm o compromisso de trabalhar com seus vizinhos, de modo multilateral, e com parceiros da sociedade civil nessas e em outras questões no longo prazo com vistas a garantir proteção, assistência e soluções duradouras para os mais vulneráveis em toda a região. Continuaremos a retirar força e inspiração do compromisso inabalável de vocês e do espírito da Declaração de Cartagena para ajudar as pessoas mais vulneráveis do mundo a encontrar conforto, segurança e alguma esperança. Obrigada.