Discurso da Cônsul Geral Jessica Simon no 12º Fórum Nacional Eólico

O 12º Fórum Nacional Eólico foi realizado online no dia 03 de dezembro de 2020. 

Boa tarde! Gostaria de agradecer ao CERNE pelo convite e parabenizar pelo trabalho importante que vem desempenhando em prol da energia renovável na região e no país. Fico muito feliz em dividir esse espaço com o Senhor Renato Corderio, Senhor Lucas Silva e Senhor Roberto Escoto.

O Consulado Geral dos Estados Unidos no Recife vem promovendo relações econômicas com a região há mais de 200 anos. Nossa equipe trabalha em conjunto com a Embaixada em Brasília, com os outros consulados americanos no Brasil e dezenas de agências americanas para desenvolver iniciativas na região Nordeste.

Gostaria de iniciar dizendo que a cooperação energética com o Brasil é uma alta prioridade para o governo dos Estados Unidos.
Estamos sempre interessados em apoiar novos projetos em energia renovável. E queremos promover ainda mais as relações comerciais entre o Brasil e os Estados Unidos nesse segmento nos próximos anos.

Acreditamos que a tecnologia, experiência e know-how dos Estados Unidos tornarão as potencialidades em gerar energia renovável existentes no Nordeste mais conectadas, eficientes e resilientes.

O objetivo do nosso embaixador Todd Chapman é dobrar o comércio bilateral com o Brasil em cinco anos. Para contribuir com esse objetivo, lançamos o Fórum de Energia Brasil – Estados Unidos (USBEF) e promovemos outras parcerias com setores da energia renovável. Lançamos também várias iniciativas visando oferecer um suporte financeiro avaliado em mais de R$ 11 bilhões de reais para o desenvolvimento do comércio e investimentos entre os dois países.

Estou impressionada com o dinamismo no Nordeste. Em poucos meses, já tive a oportunidade de visitar várias cidades em Pernambuco. Também viajei para a Paraíba e Rio Grande do Norte com o Embaixador Chapman, que demonstra grande afinidade com a região.

Achei interessante saber que alguns estados do Nordeste estão trabalhando com a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR) em ações de mudanças climáticas e possível adoção de metas estaduais. Isso se traduziria diretamente em um aumento dos recursos de energia renovável.

A pandemia da COVID-19 tem afetado a todos.  E o setor de energia e investimentos relacionados também foi impactado. Globalmente, o investimento em energia tradicional caiu cerca de 30 por cento, enquanto o investimento em energias renováveis tem aumentado 6 por cento ano a ano. Países e organizações multilaterais estão aproveitando a crise da pandemia como uma oportunidade para expandir a implantação de energia limpa.

Então gostaria que todos estivessem cientes de algumas ações promovidas pelos Estados Unidos.  Este mês, o Departamento de Energia dos Estados Unidos anunciou um investimento de mais de 13 milhões de dólares para 4 novas pesquisas. São projetos híbridos que irão examinar como a energia solar pode funcionar com outros ativos de energia, como a eólica e a hidrelétrica. Dentre os projetos, está a criação de um sistema solar que incorpora armazenamento de bateria e ventos nas ilhas do Havaí – que vai demonstrar a viabilidade de um sistema híbrido renovável.

Eólica, Solar e Hídrica aumentam a diversidade energética e fortalecem a segurança de nossa rede. É por isso que as energias renováveis, combinadas com armazenamento de energia e eficiência energética, são elementos críticos de nossa estratégia energética e econômica geral.

De acordo com a ABEEOLICA – Associação Brasileira de Energia Eólica os estados do Nordeste representam mais de 84% do total da capacidade eólica instalada no Brasil. O fator de capacidade médio da energia eólica no Brasil em 2019 foi mais de 42%, um dos mais altos do mundo. Isso mostra claramente que a região Nordeste é referência e possui muitas oportunidades de negócios neste setor.

O Fórum de Energia EUA-Brasil (USBEF), anunciado no ano passado, deu início a um plano de ação que está facilitando a cooperação em muitos tópicos de importância crítica no setor de energia. O Fórum reúne feedbacks, ideias e propostas de solução do setor privado dos Estados Unidos e do Brasil através de grupos da indústria. Grupos que têm como foco o desenvolvimento de políticas comerciais e suporte regulatório para distribuição e armazenamento de energia, tecnologia para veículos elétricos e outros temas de relevância para o Brasil.

E outros departamentos também estão trabalhando nesta área:

– O Tesouro dos Estados Unidos e o Ministério da Economia Brasileiro assinaram um Memorando de Cooperação no âmbito da iniciativa América Cresce, um plano regional para estimular a cooperação no desenvolvimento de infraestrutura em muitas áreas, incluindo o setor de energia.

 – O Departamento de Estado e o Ministério de Minas e Energia do Brasil também acabaram de lançar um grupo de trabalho sobre minerais. As tecnologias de energia renovável dependem de vários minerais críticos, incluindo lítio e cobalto. Nossa cooperação analisará como o Brasil pode desenvolver suas reservas desses minerais críticos.

– A Agência de Comércio e Desenvolvimento dos Estados Unidos (USTDA) tem apoiado projetos em toda a região Nordeste, financiando viagens de representantes de governos estaduais da região para visitas técnicas aos Estados Unidos. A agência também treinou representantes de governos estaduais do Nordeste com as melhores metodologias de aquisição baseadas em valor.

Recentemente, notícias destacam a importância da tecnologia dos Estados Unidos para o setor eólico globalmente. Em novembro, o protótipo de turbina eólica offshore de GE  produziu 312 MWh de eletricidade em um único período de 24 horas no porto de Rotterdam, mais uma vez estabelecendo um novo recorde mundial.

Estou confiante de que o Fórum de Energia Brasil – Estados Unidos e todas essas parcerias ajudarão nossos dois países a colocar as Américas em um caminho para maior crescimento econômico, segurança energética e desenvolvimento.

Nessa jornada, conheci organizações de variados setores, inclusive no setor de energia renovável, como, por exemplo, a LM Wind Power, da GE. A LM é uma das líderes globais em manufatura de pás eólicas.

LM atualizou suas instalações de manufatura para permitir a fabricação de pás com mais de 65 metros de comprimento, o que reduziu drasticamente os custos de energia eólica on-shore durante a vida útil de um sistema de geração.

Gostaria de conhecer mais esse setor, dada sua importância para a região. É animador ver grandes empresas americanas investindo no Nordeste, especialmente neste setor tão promissor.

Espero que empresas brasileiras deste segmento também considerem investir nos Estados Unidos. Temos espaço para todos e queremos que todos se desenvolvam juntos para o benefício da energia limpa.

Muito obrigada!