Discurso da Embaixadora Liliana Ayalde na I Mostra Internacional de Filmes #ZeroDiscriminação

Boa noite a todos. É com grande satisfação que estou aqui hoje, na Casa Thomas Jefferson, para comemorar esse esforço internacional na realização da Primeira Mostra de Filmes #ZeroDiscriminação. Essa união demonstra a solidariedade da comunidade internacional na nossa luta compartilhada contra o HIV e a AIDS e o nosso compromisso conjunto na promoção dos direitos humanos.

Gostaria de expressar meu grande apreço à UNAIDS por encabeçar esse esforço das missões diplomáticas internacionais, e por dar a todos nós a oportunidade de demonstrar o nosso apoio. Tenho grandes expectativas com relação à discussão com a Doutora Mariângela e Doutora Adele Benzaken, cujo compromisso e excelência na luta contra o HIV não têm paralelo.

Já faz quase trinta e cinco anos desde que o HIV foi reportado pela primeira vez. Graças às fortes parcerias e ao incansável compromisso coletivo, os índices do HIV já cairam pela metade desde o pico da epidemia. A expectativa de vida daqueles que convivem com o vírus tem crescido significativamente.

Entre 2003 e 2013, o governo dos Estados Unidos contribuiu com mais de cinquenta e dois bilhões de dólares na luta contra a epidemia e continua comprometido nessa batalha. Juntos, estamos fazendo grandes progressos para atingir a meta ZERO. Zero novas infecções, Zero discriminação e Zero mortes relacionadas à AIDS.

Entretanto, o nosso trabalho não está concluído. Um dos impedimentos para uma geração livre da AIDS é o flagelo do estigma e da discriminação, especialmente quando eles interferem no acesso aos cuidados com a saúde.

Nos Estados Unidos e no Brasil, e em muitas outras partes do mundo, alguns grupos populacionais continuam mais vulneráveis a adquirir e transmitir o HIV:

  • Travestis e pessoas transexuais;
  • Gays e outros homens que fazem sexo com homens;
  • Trabalhadores e trabalhadoras do sexo;
  • Pessoas que usam drogas e;
  • Pessoas privadas de liberdade.

No filme premiado com três Oscars que veremos hoje à noite, Dallas Buyers Club (Clube de Compras Dallas), é possível ver o medo e a discriminação que as pessoas com o HIV sofreram na luta por tratamento nas fases iniciais da epidemia em meados dos anos oitenta. Graças, em parte, à forte influência da indústria cinematográfica e da imprensa, podemos falar hoje abertamente sobre essas questões.

Nessa linha de pensamento, gostaria de agradecer o Senhor Ricardo Castanheira, Diretor Geral da Motion Picture Association – América Latina, por viabilizar a projeção do filme desta noite, que nos permitirá ver a transformação dos personagens, pessoas com AIDS, seus médicos, suas famílias e amigos e, quem sabe, até nós mesmos.

E ao nos aproximarmos do Dia Mundial dos Direitos Humanos, temos que nos lembrar da contínua importância de proteger os direitos das pessoas mais vulneráveis, dentre eles o acesso aos cuidados com a saúde e o direito de viver em paz e com dignidade independente de quem somos.

É importante frisar que o progresso que conseguimos contra a AIDS jamais teria sido alcançado por um único governo, fundação, ou corporação trabalhando sozinha. Trata-se de um resultado de inúmeras pessoas – inclusive vários dos senhores – trabalhando juntos em países grandes ou pequenos, filantropias, universidades, imprensa, sociedade civil, ativistas.

Como o Presidente Obama disse
“Estaremos juntos com vocês durante cada passo dessa jornada até chegar o dia, que nós sabemos que é possível, em que todos os homens e mulheres poderão se proteger da infecção; o dia em que todas as pessoas com HIV terão acesso aos tratamentos que ampliem sua expectativa de vida, o dia em que não teremos mais bebês nascendo com HIV ou AIDS, e quando atingiremos, por fim, algo que parecia difícil de imaginar – uma geração livre da AIDS.”

Muito obrigada a todos por terem vindo e desejo que aproveitem bastante o restante da programação.