Discurso da Embaixadora Liliana Ayalde no Fórum Diverso São Paulo

Bom dia, bom dia a todos!

Especialmente a ministra, o senhor Prefeito, o Secretário Pinto, colegas do Carrefour e do ETHOS e todos os parceiros e amigos e amigas.

É realmente um prazer para mim participar deste fórum com um tema tão importante, que é discutir o desenvolvimento econômico e de inclusão. Eu queria utilizar o meu tempo com as minhas poucas palavras, para falar sobre um movimento fundamental para alcançar esse objetivo, que é a educação.

Nos últimos anos os Estados Unidos e Brasil têm feito algo extraordinário que é tornamos as parcerias educacionais uma das principais prioridades da política externa no hemisfério. Começamos localmente, com programas de intercâmbio para professores e visitas de administradores para compartilharem melhores práticas. Formamos parcerias com instituições dos setores públicos e privados interessadas no Brasil devido a sua crescente influência e competência. Pensamos grande, com programas como o Ciência sem Fronteiras e o do presidente Obama, 100.000 Unidos pelas Américas, uma iniciativa para levar 100 mil estudantes dos Estados Unidos para o resto das Américas e outros 100 mil das Americas para os Estados Unidos.

Por que esse esforço na educação tem sido tão bem sucedido? Houve o reconhecimento que a educação, particularmente em um mercado global crescente e competitivo, faz diferença. Importa porque criou uma força de trabalho para o século 21– uma força flexível, conectada com o mundo e que tira o seu poder da grande diversidade da sua população.

Essa é a mesma lógica que deve nortear as nossas tomadas de decisão quando falamos de desenvolvimento econômico e inclusão. Como as nossas empresas, nossos governos e nossos líderes podem usar nossa diversidade para serem mais bem sucedidos, mais competitivos e maiscompromissados com a ideia de oportunidades iguais, que é um dos nossos objetivos?

Em parte, esta discussão envolve raça. Em 2008, Estados Unidos e Brasil assinaram um Plano de Ação Conjunto para Eliminar a Discriminação Racial e Étnica e Promover Igualdade. O objetivo dessa parceria ambiciosa e inovadora era aproveitar nosso conhecimento mútuo para abordar disparidades raciais de saúde, justiça ambiental, acesso à educação, acesso igual a oportunidades econômicas e acesso igualitário ao sistema judiciário.

Em assuntos raciais, temos tido sucesso nos Estados Unidos de várias formas. Certamente, desde o ápice da Era dos Direitos Humanos, há cinquenta anos, temos visto avanços significantes no acesso à educação e em oportunidades econômicas para grupos minoritários. Mas também tivemos retrocessos. Apesar dessa mudança geral rumo a maior igualdade, eventos recentes como o de Ferguson, no Missouri, mostram que ainda temos tanto que trabalhar para um acesso igual à justiça, quanto para que muitos americanos sejam mobilizados para seguir adiante com esta causa. Em última instância, nossa população afro-americana enfrenta taxas mais altas de desemprego e disparidades gritantes nos salários em comparação com outros grupos raciais. O mesmo pode ser dito sobre os índios americanos, que estão muito aquém de seus colegas brancos em termos de escolaridade. A raiz do problema é a falta de oportunidades educacionais e econômicas que continua a impedir o avanço de membros de grupos tradicionalmente marginalizados que merecem a chance de desenvolver todo seu potencial.

No entanto, inclusão vai além de assuntos raciais. Significa capturar a força da diferença. De aproveitar o poder de experiências múltiplas. De reconhecer que a diversidade é a fundação que apoia a nossa economia e não o teto sobre ela. Vários dos conferencistas que vamos ouvir aqui hoje podem falar dessa experiência e de como ela tem sido bem sucedida.

Precisamos fazer mais para sermos mais inclusivos. O setor privado, particularmente, pode fazer para ser ainda mais. Há muito espaço para usar parcerias público-privadas na promoção da inclusão nas esferas locais, estaduais e nacionais. À medida que avançamos, incentivo nossos colegas das várias agências, dos ministérios e da sociedade civil a continuar incluindo o setor privado e a identificar defensores da diversidade e aliados na promoção da inclusão nos dois países.

Ao discutirmos novas parcerias hoje, espero que possamos também renovar nosso compromisso com esta tarefa necessária e crucial.

Dou parabéns aos parceiros do BID, por eles terem fortalecido esse tema para montar experiências como a de hoje para poder avançar nesse tema para termos, tanto nos Estados Unidos como no Brasil, um país mais diverso. Obrigada.