Discurso do presidente Biden na sessão plenária de abertura da Nona Cúpula das Américas

Casa Branca
9 de junho de 2022

Centro de Convenções de Los Angeles
Los Angeles, Califórnia

14h37

PRESIDENTE: Boa tarde. Por favor — por favor, sentem-se. Bem, bem-vindos novamente à Nona Cúpula das Américas. Muito trabalho duro foi dedicado a esta Cúpula e muita diplomacia forte e construtiva até agora, acredito.

Reunimos diversas vozes e partes interessadas, e o desenvolvimento uma agenda ambiciosa e uma agenda de ação visando abordar as questões que mais importam para o futuro de nossa região. Não são todas exatamente as mesmas preocupações, de algum modo. Mas, de outro modo, elas estão todas incrivelmente entrelaçadas.

Estou incrivelmente honrado por receber todos vocês aqui em Los Angeles.

Meu governo e as propostas que estamos ansiosos para discutir com vocês foram — gostaríamos de começar a falar hoje — sobre as propostas que acho que estão muito longe do que vimos no governo americano anterior. Mas igualmente importante, nós — a vice-presidente e eu — queremos ouvir, ouvir todos vocês — o que vocês acham que deveríamos estar fazendo.

Nos próximos dias, temos a oportunidade de encontrar maneiras de fazer o melhor pelos nossos povos trabalhando juntos. E enfatizo “juntos”. Juntos. É isso que nossos povos esperam de nós. E é nosso dever mostrar a eles o poder das democracias para apresentar resultados quando as democracias trabalham juntas.

Os Estados Unidos estão prontos para trabalhar em parceria com todos vocês — governos, instituições, sociedades civis, jovens líderes de amanhã. E convido meus colegas chefes de Estado e chefes de governo das Américas a se juntarem a mim na adoção de compromissos hemisféricos concretos que vão fazer avançar nossos esforços visando construir um futuro mais sustentável, resiliente e equitativo.

Com nosso Plano de Ação sobre Saúde e Resiliência, ajudaremos nossa região a se recuperar da Covid-19, ao mesmo tempo em que fortalecemos os sistemas de saúde, melhorando nossa capacidade de responder a futuras emergências sanitárias, investindo em profissionais de saúde.

O novo Corpo de Saúde das Américas capacitará 500 mil profissionais de saúde pública e médicos na região nos próximos cinco anos. Os Estados Unidos vão financiar isso junto com a Organização Pan-Americana da Saúde para que quando a próxima pandemia acontecer, e vai acontecer, estaremos prontos e capacitados para administrar as vacinas e os cuidados necessários, que não temos agora. E não custará nada aos seus países.

Através de nossos esforços para fortalecer a economia de energia limpa nas Américas, estamos nos comprometendo com apenas — não apenas uma transição energética, mas fazer com que comunidades historicamente marginalizadas possam compartilhar igualmente os ganhos, com acesso equitativo aos bons empregos remunerados que criaremos e à energia limpa acessível que será disponibilizada.

Vou continuar trabalhando, assim como fiz quando fui vice-presidente com Barack Obama, para promover o comércio e o investimento em energia limpa, inclusive usando a Corporação Internacional de Financiamento do Desenvolvimento dos Estados Unidos, com o objetivo de ajudar os países que precisam de assistência a obter financiamento e ajudar a região a atingir metas ambiciosas de energia renovável até 2030.

Ao adotar o Plano de Ação Interamericano sobre Governança Democrática, vamos comprometer nossas nações a tornar real a promessa da Carta Democrática Interamericana. E às vezes esquecemos o que ela diz. A Carta fala de governança democrática inclusiva, transparência e prestação de contas, proteção dos direitos humanos de todas as pessoas e respeito pelo Estado de Direito.

E em todas essas questões e muitas outras, os Estados Unidos estão assumindo compromissos cruciais para demonstrar nosso investimento duradouro em nosso futuro compartilhado — e visando abordar nossas preocupações compartilhadas, porque elas são compartilhadas.

Ontem à noite, anunciei o plano da Parceria das Américas para a Prosperidade Econômica a fim de impulsionar uma recuperação econômica equitativa e investir em famílias trabalhadoras em todo o hemisfério.

Hoje, lancei uma nova parceria e colaboração com os países do Caribe para lidar com as mudanças climáticas. Acabei de passar um tempinho com os líderes caribenhos. Temos de voltar e fazer muito mais, e ouvir diretamente sobre suas preocupações e discutir todas as maneiras pelas quais podemos avançar juntos, como eles me apontaram há apenas uma hora, com um senso de urgência — não anos, nem meses, mas logo. Em breve.

Estamos cumprindo nosso compromisso de vacinar as Américas contra a Covid-19, acrescentando às mais de 65 milhões de doses que já doamos para a região.

Nos próximos dias, também anunciaremos mais de US$ 645 milhões em novas assistências vitais para lidar com a insegurança alimentar na região e aumentar a capacidade de resposta a desastres, assim como fluxos históricos de refugiados e migração.

Cada um de nossos países tem sido impactado por uma migração sem precedentes e acredito que é nossa responsabilidade compartilhada enfrentar esse desafio. E enfatizo o “compartilhada”.

Amanhã, vários de nós se juntarão para anunciar a Declaração de Los Angeles sobre Migração e Proteção. Isso reunirá nossas nações em torno de uma nova abordagem transformadora a fim de investir na região em soluções que melhorem a estabilidade, aumentem as oportunidades de migração segura e ordenada, reprimam os criminosos e traficantes de seres humanos que atacam pessoas desesperadas, e coordenem ações específicas e concretas visando proteger nossas fronteiras e resolver os desafios compartilhados.

E amanhã, falarei mais sobre isso e apresentarei nossos compromissos.

A conclusão é esta: o Hemisfério Ocidental é o lar de todos nós. Em 2013, quando eu era vice-presidente de Barack Obama, ele me pediu para liderar nosso envolvimento com a região. E eu disse que deveríamos estar falando sobre o hemisfério e fiz um discurso na época, dizendo que o hemisfério — devemos olhar para ele como um hemisfério de “classe média, seguro e democrático” — do Chile — “do Canadá ao Chile e em todos os lugares entre eles”.

Na última década, nossa região mudou. Os desafios que enfrentamos mudaram. E, assim, nossas políticas e nossas soluções também precisam mudar.

Mas vou ser muito claro: minha visão fundamental e minha abordagem do hemisfério não mudaram. Ainda acredito no que disse antes e espero que vocês também. Não há razão para que o Hemisfério Ocidental não seja a região mais voltada para o futuro, mais democrática, mais próspera, mais pacífica e segura do mundo. Temos potencial ilimitado. Temos enormes recursos e um espírito democrático que representa liberdade e oportunidade para todos.

E não importa o que mais esteja acontecendo no mundo, as Américas sempre serão uma prioridade para os Estados Unidos da América.

Portanto, obrigado novamente por fazerem parte desta Cúpula. Temos alguns dias atarefados e oportunidades incríveis pela frente. Então, mãos à obra.

E agora devo me calar e me sentar, e vamos ter uma conversa. Está certo?

VICE-PRESIDENTE: Sim, senhor presidente.

PRESIDENTE: Serei muito breve. Quero agradecê-los mais uma vez por sua participação na Cúpula.

Creio que começamos muito bem. Ouvi muitas ideias importantes serem levantadas. E, apesar de algumas divergências relacionadas com a participação, nas questões substantivas o que ouvi foi quase uma unidade — uniformidade: políticas migratórias racionais, fazendo algo sobre a necessidade de dar acesso à recuperação e ao financiamento, uma situação em que concluímos que devemos trabalhar a questão do meio ambiente e das mudanças climáticas, e tantas outras coisas.

E não há razão que justifique por que o Hemisfério Ocidental não pode ser a região mais voltada para o futuro, mais democrática, mais aberta, pacífica e segura do mundo.

Podemos liderar o mundo e — com o potencial que existe em nosso povo e nossos valores. E assim, a maneira como alcançamos essa visão, creio, é trabalhando juntos. E é isso que estamos fazendo nesses últimos dias. Será necessário um desafio que tenha impacto em todos nós e desbloqueie as oportunidades e os benefícios disponíveis.

Mas, apesar das divergências, pense no que ouvimos hoje. Ouvimos um acordo quase total sobre as coisas substantivas que deveríamos estar fazendo.

Portanto, vamos focar em detalhes reais nos próximos dois dias sobre quais são essas coisas substantivas, como elas são implementadas, quem as implementa, como concordamos com elas, quais diferenças temos sobre elas, a fim de que cheguemos ao — como diz a expressão em inglês, “to brass tacks” (vamos direto ao assunto). Provavelmente há uma frase em espanhol ou outra melhor para isso do que a minha. Mas vamos ao que realmente está em jogo para que possamos resolver alguns problemas sérios.

Obrigado a todos e aproveitem o resto do dia.

15h47