
Equívocos sobre aquisição de uma segunda língua:
1- As crianças aprendem uma nova língua sem esforço, e muito mais rápido do que os adultos.
Realidade:
- As crianças tem vantagens na pronúncia, mas os alunos mais velhos se saem melhor ao aprender novas palavras e estruturas. A pronúncia nativa não é necessária para uma comunicação eficaz;
- As crianças apresentam um vocabulário mais restrito do que os adultos, dando a impressão de atingirem fluência mais rapidamente;
- Alunos mais velhos geralmente aprendem mais palavras e estruturas no mesmo período de tempo;
- Conclusão: uma nova língua pode ser aprendida em qualquer idade.
2- Quanto mais inglês, melhor.
Realidade:
- Crianças em programas bilíngues, onde apenas metade do dia letivo é em inglês, apresentam maior progresso no aprendizado do que crianças em imersão total em inglês;
- É importante também valorizar o aprendizado da língua nativa;
- Conclusão: A imersão total na nova língua não se faz necessária para um aprendizado eficaz.
3- Aprender outra língua é aprender ‘conteúdo’ ou ‘informação’.
Realidade:
- Aprender uma nova língua não é como aprender outras matérias, como matemática ou história;
- Aprender uma nova língua é desenvolver habilidades: leitura, escrita, fala e audição;
- Conclusão: Aprender uma nova língua é mais como aprender a tocar piano do que como aprender história!
Ingredientes chave para aprender uma nova língua
1. Linguagem compreensível: Todos precisam de oportunidades para ouvir a nova língua, em seu nível. Se o nível do conteúdo ministrado for muito acima (ou abaixo) do conhecido pelo aluno, ele não irá aprender. Às vezes, o livro e o currículo estão muito acima da realidade dos alunos.
2. Oportunidades para o uso: Para que isso aconteça, as aulas precisam oferecer várias atividades em pares e em pequenos grupos. Mesmo turmas grandes podem valer-se dessas técnicas de maneira eficaz.
3. Desenvolvimento da fluência: Os alunos precisam de muitas oportunidades para ler, escrever, falar e ouvir. É importante ajudá-los a obter fluência por meio de atividades específicas que desenvolvam fluência dentro e fora da sala de aula.
4. Motivação: Tornar-se proficiente em uma outra língua demanda muitos anos de estudo, e os professores devem usar métodos e abordagens que venham a desenvolver e sustentar a motivação do aluno. As abordagens baseadas em atividades (“task-based”) e projetos (“project-based”) são mais motivadoras do que aquelas que se concentram na aprendizagem de gramática ou vocabulário.
5. Tempo: Os alunos precisam de tempo suficiente dentro e fora da sala de aula para praticar. Além de duas aulas (ou menos) por semana não serem suficientes, a frequência desses encontros deve ser maior. Exemplo: três aulas de 45 minutos ministradas em três dias da semana são mais produtivas do que essas mesmas 3 aulas ministradas em sequência.