WASHINGTON – Um cidadão paquistanês declarou-se culpado hoje de participar de um esquema de contrabando de imigrantes sem documentos do Paquistão para os Estados Unidos.
O anúncio foi feito pelo procurador-geral adjunto em exercício, Kenneth A. Blanco, da Divisão Criminal do Departamento de Justiça, pelo procurador federal Channing D. Phillips, do Distrito de Colúmbia, e pelo agente especial encarregado Angel M. Melendez, da Divisão de Investigações (HSI) da Polícia de Imigração e Alfândega dos EUA em Nova York.
Perante o juiz federal de primeira instância Reggie B. Walton, do Distrito de Colúmbia, Sharafat Ali Khan, 32, cidadão paquistanês e ex-residente do Brasil, declarou-se culpado de uma acusação de conspiração para contrabandear imigrantes sem documentos para os Estados Unidos visando lucro. Kahn foi extraditado para os Estados Unidos do Catar em 13 de julho de 2016. O juiz Walton marcou a audiência para a definição da sentença de Khan para 6 de julho de 2017.
Segundo o que foi admitido no acordo com negociação da pena, entre março de 2014 e maio de 2016, Khan e outros conspiradores organizaram e providenciaram o contrabando ilegal de um grande número de imigrantes sem documentos para os Estados Unidos. Para a operação de contrabando, Khan admitiu que ele e os demais conspiradores utilizaram uma rede de facilitadores para transportar os imigrantes sem documentos do Paquistão e de outros países passando pelo Brasil e pela América Central até os Estados Unidos em viagens por terra, ar e mar. Khan admitiu ainda ter sido responsável por arrumar esconderijos para os imigrantes e organizar uma rede de colaboradores em outros países para escoltá-los nos diferentes trechos da rota de contrabando. Khan também admitiu que as viagens eram feitas em condições extremamente precárias com grandes riscos de lesões corporais graves ou morte – incluindo longas caminhadas a pé com pouca comida e água atravessando a Região de Darién, área perigosa de floresta tropical no Panamá.
A investigação foi conduzida pelo programa da Força Extraterritorial de Combate a Viagens de Criminosos (ECT), parceria entre a Divisão Criminal do Departamento de Justiça e a HSI. O programa da ECT está voltado para redes de contrabando de seres humanos que possam apresentar riscos específicos de segurança nacional ou segurança pública ou apresentar graves preocupações humanitárias. A ECT destinou recursos processuais, de investigação e de inteligência. A ECT coordena e recebe assistência de outros órgãos do governo dos EUA e de autoridades estrangeiras responsáveis pela aplicação da lei.
A HSI Nova York investigou esse processo, com assistência dos escritórios locais da HSI Brasil, México, Panamá e Washington, DC, da Força-Tarefa Conjunta do Sul da Flórida de Combate ao Terrorismo, do FBI-Miami, da Célula de Contrabando de Seres Humanos, do Serviço de Segurança Diplomática-Brasil do Departamento de Estado dos EUA, da Polícia Federal do Brasil e do Centro Nacional de Identificação da Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA. O Escritório de Assuntos Internacionais da Divisão Criminal prestou apoio significativo nas solicitações do réu de extradição e assistência jurídica a estrangeiros. O Departamento de Justiça agradece ao governo do Catar por sua assistência com relação à extradição nesse processo. O advogado sênior Michael Sheckels, da Seção de Direitos Humanos e Processos Especiais da Divisão Criminal, e o procurador federal adjunto Richard DiZinno, do Distrito de Colúmbia, estão conduzindo o processo.