Nos últimos anos, novos desenvolvimentos em equipamentos de tecnologia e comunicação permitiram que redes do crime organizado transnacional envolvidas em tráfico de drogas e outras atividades ilícitas planejassem, coordenassem e cometessem seus crimes com mais mobilidade e no anonimato. Como resultado, muitas organizações de tráfico de drogas desenvolveram-se em redes versáteis e flexíveis que cooperam de maneira intermitente, mas mantêm sua independência. Elas operam no mundo todo, empregam tecnologia sofisticada e têm experiência financeira. Essas redes criminosas subornam funcionários governamentais e aproveitam falhas de segurança nas fronteiras e agentes da lei mal equipados para facilitar suas operações. Ao longo de novas rotas de tráfico, como a rota da África Ocidental para a Europa, as redes criminosas estão disseminando corrupção e minando instituições democráticas. Devido aos enormes lucros associados com o tráfico de drogas, o comércio ilegal também é uma maneira de financiar outras atividades terroristas e criminosas transnacionais.
Para diminuir essas ameaças, daremos continuidade aos esforços em curso para identificar e desmantelar a liderança, a produção, a coleta de informações de inteligência, o transporte e a infraestrutura financeira de grandes redes do crime organizado transnacional. Ao nos concentrarmos nos aspectos humanos, tecnológicos, de viagem e comunicação dessas redes, poderemos monitorar e reunir informações de inteligência para identificar todo o escopo das redes do crime organizado transnacional, seus membros, ativos financeiros e atividades criminosas. Daremos continuidade aos esforços em curso para intensificar a colaboração entre os órgãos nacionais responsáveis pela aplicação da lei e nossos pares estrangeiros a fim de reforçar nossa capacidade de coordenar as investigações e compartilhar informações de inteligência para combater o tráfico de drogas e o crime organizado transnacional. O uso continuado de sanções econômicas nos termos da Lei para Designação de Chefes do Narcotráfico Estrangeiro (conhecida como Lei Kingpin) para combater organizações transnacionais de drogas vai melhorar nossa capacidade de desbaratar e desmantelar as redes do crime organizado transnacional. A Lei Kingpin também pode ser usada para processar pessoas envolvidas em atividades ilegais ligadas ao tráfico de drogas, como tráfico de armas, contrabando de altas somas de dinheiro ou atividade de gangues. Maior coordenação e compartilhamento de informações de inteligência entre agências de aplicação da lei e de inteligência, forças armadas e nossa comunidade diplomática permitirá que a comunidade interagências desenvolva abordagens enérgicas e multijurisdicionais para desmantelar redes do crime organizado transnacional envolvidas em tráfico de drogas.
Os Estados Unidos continuarão a se concentrar com vigor na ligação entre as redes do crime organizado transnacional envolvidas em tráfico de drogas, grupos terroristas, pirataria em alto-mar e traficantes de armas. No ano fiscal de 2002, a Agência Americana de Combate às Drogas (DEA) criou formalmente o Centro de Operações de Combate ao Narcoterrorismo (CNTOC), vinculado à Divisão de Operações Especiais (SOD), que coordena todas as atividades de inteligência e investigação da DEA ligadas ao narcoterrorismo e é central aos esforços dos EUA para desbaratar as relações entre crime e terrorismo. Os Estados Unidos utilizarão seus acordos marítimos bilaterais de combate às drogas e procedimentos operacionais para facilitar a cooperação em operações de combate às drogas. Precisamos atacar essas organizações o mais próximo possível da origem, empregando nossos recursos de inteligência e aplicação da lei. Informações de inteligência de múltiplas fontes são utilizadas pela Guarda Costeira dos EUA na zona de trânsito para estender nossas fronteiras interditando e detendo traficantes.
Os Estados Unidos darão continuidade à sua cooperação de longa data com a comunidade internacional em nossos esforços conjuntos para desbaratar o comércio mundial de drogas por meio de apoio a redução da produção de drogas, promoção de meios alternativos de subsistência e capacitação de nações parceiras. Nossos esforços de combate a narcóticos aplicarão todas as ferramentas disponíveis para garantir que os avanços sejam permanentes e sustentáveis aos aliados internacionais. Esses esforços incluirão programas de assistência complementares e abrangentes em todo o espectro de prevenção, intervenção e aplicação da lei. Ao desbaratar e desmantelar as principais redes do crime organizado transnacional do mundo envolvidas em tráfico de drogas, poderemos reduzir a disponibilidade das drogas ilícitas, inibir o financiamento de terroristas, melhorar a segurança nacional e internacional e levar as redes do crime organizado transnacional à Justiça.
Ações
- Trabalhar com parceiros internacionais para reduzir a oferta e a demanda globais de drogas ilegais e assim negar financiamento às redes do crime organizado transnacional.
- Cortar os vínculos entre os comércios internacionais de drogas ilícitas e de armas, especialmente em regiões estratégicas que correm o risco de serem desestabilizadas por essas ameaças interligadas.
- Manter a pressão para desbaratar Alvos Prioritários de Organizações Consolidadas, uma vez que eles com frequência têm influência particularmente corruptora ou apoiam o terrorismo.
- Maximizar o uso da Lei Kingpin para combater organizações transnacionais de drogas.
- Elaborar uma abordagem abrangente para desmantelar organizações de tráfico de drogas ligadas a organizações terroristas.
- Trabalhar com parceiros internacionais para fechar novas rotas de drogas e acabar com a corrupção associada na África Ocidental.
- Coordenar com parceiros internacionais para evitar a produção e o tráfico de drogas sintéticas e de precursores químicos.
Combate ao financiamento ilícito para traficantes de drogas e terroristas
Em fevereiro de 2011, o Departamento do Tesouro dos EUA, com base em investigação conduzida pela DEA, anunciou a identificação do Banco Libanês-Canadense (LCB) como instituição financeira suspeita de lavagem de dinheiro nos termos da Seção 311 da Lei USA Patriot. O Departamento do Tesouro constatou não haver razão para acreditar que os gestores do LCB eram cúmplices na facilitação de atividades de lavagem de dinheiro de uma rede internacional de tráfico de narcóticos e lavagem de dinheiro controlada por Ayman Joumaa, que foi designado chefão da droga em 26 de janeiro de 2011 nos termos da Lei Kingpin. Essa rede movimentava drogas ilegais da América do Sul para a Europa e o Oriente Médio via África Ocidental e lavava centenas de milhões de dólares mensalmente por meio de contas mantidas no LCB, bem como de lavagem de dinheiro no comércio envolvendo bens de consumo em todo o mundo, inclusive por meio de vendedores de carros usados nos Estados Unidos. O governo dos EUA também constatou haver razões para acreditar que havia ligações entre a rede internacional de tráfico de narcóticos e lavagem de dinheiro, o LCB e a organização terrorista Hezbollah.
Conferência Internacional de Combate às Drogas
A Conferência Internacional de Combate às Drogas (Idec), realizada anualmente pela DEA nos últimos 28 anos, colabora imensamente para a cooperação e a capacitação internacional. A Idec reúne os principais líderes de combate às drogas e investigadores experientes de mais de cem nações em um único lugar onde agendas anuais são definidas para cooperação, compartilhamento de inteligência e priorização de processos. A Idec — maior conferência mundial de combate às drogas — tem produzido resultados concretos ano após ano. Durante as conferências, a DEA e as nações parceiras elaboram conjuntamente planos para aumentar a capacitação nas áreas de aplicação da lei e investigação. Além disso, o pessoal da nação anfitriã e os agentes da lei dos EUA trocam informações sobre alvos prioritários de investigação.