Prêmio Mulheres Brasileiras que Fazem a Diferença

Aline Souza da Silva

Uma coletora de resíduos recicláveis de terceira geração, Aline Souza começou a trabalhar na coleta de resíduos recicláveis com sua avó e sua mãe no antigo aterro sanitário de Brasília. Depois de viver por 10 anos em uma barraca de lona na periferia de Brasília, onde guardava livros em uma caixa de papelão, hoje ela é a diretora presidente em seu terceiro mandato da maior cooperativa central de catadores de recicláveis da América Latina. Aline Souza foi indicada por seu excelente trabalho de reciclagem no Brasil, por sua liderança de catadores de lixo reciclável de Brasília e por seu exemplo de luta contra a crise climática e a injustiça social. O pedido do Presidente Lula para que Aline Souza entregue a faixa presidencial fala tanto da importância de seu trabalho quanto de seu papel pessoal na sociedade brasileira.

Erika Hilton

Ativista dos direitos afro-brasileiros e LGBT+, Erika Hilton é uma conhecida política brasileira e membro da Câmara dos Deputados. Quando adolescente, foi expulsa de casa por sua família conservadora e viveu nas ruas, antes de ir para a universidade. Com formação em política estudantil, Hilton mudou-se para São Paulo e entrou para o PSOL. Em 2020, foi eleita para a Câmara Municipal de São Paulo como a primeira vereadora assumidamente transgênero, recebendo o maior número de votos a qualquer candidato em todo o Brasil.  Durante seu mandato como vereadora, foi autora da lei que introduziu um fundo municipal contra a fome na maior cidade do Brasil. Hilton tornou-se a primeira deputada federal transgênero eleita nas eleições de 2022 no estado de São Paulo.

Flavia Santos Twardowski Pinto

Flávia Santos Twardowski Pinto é professora e diretora geral no Campus Osório do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul. Flávia passou os últimos 13 anos incentivando estudantes do ensino médio, especialmente meninas, a desenvolver projetos de pesquisa em áreas relacionadas à STEM através da inovação científica, visando resolver problemas relevantes nas áreas de meio ambiente e alimentação, tanto do ponto de vista tecnológico como para sugerir soluções para as comunidades sociais. Os projetos supervisionados por ela receberam mais de 200 prêmios nacionais. Flávia é formada em Engenharia de Alimentos, mestre em Ciência e Tecnologia de Alimentos e doutora em Engenharia de Produção pela UFRGS. Ela também é formada em Pedagogia. Sua trajetória é um exemplo de dedicação à educação de jovens, especialmente conectando meninas a campos relacionados à STEAM e incentivando-as a se tornarem cientistas, com resultados que nos dão esperança de que um futuro melhor e um outro mundo são possíveis.

Jacqueline Moraes da Silva

Jacqueline Moraes da Silva é a atual secretária de Políticas para as Mulheres do Estado do Espírito Santo, depois de ter sido a primeira mulher eleita vice-governadora do Estado (2019-2022). Jacqueline é ex-ambulante, embaixadora do projeto Lovelace Court no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFES Vila Velha), parceira do projeto Meninas Digitais, e palestrante do Tedx (edição TEDx Niterói – 2019). Ela iniciou sua carreira política participando de movimentos comunitários e de base, principalmente em comunidades carentes. Seus esforços em apoio à igualdade social, de gênero e racial e à justiça são bem vistos nos círculos políticos e na sociedade civil.  Moraes acredita firmemente que a sociedade melhora através da adoção de políticas públicas que promovam o papel da mulher. Seu trabalho tem ajudado a trazer as mulheres para o foco das atenções, fazendo com que sua voz seja ouvida e tornando tangível a mudança na sociedade. Prefeitos e personalidades políticas atribuíram a criação de conselhos de mulheres em suas cidades a Moraes.

Marciele Procópio Delduque

Marciele Delduque é fundadora da Rede Marianas Mulheres Que Inspiram, que hoje envolve mais de 1.000 mulheres e que organiza atividades para fomentar a economia local. Marciele se dedica ao empoderamento feminino em suas diversas atividades, inclusive como mentora de alto impacto SEBRAE DELAS, e da população periférica através de seus trabalhos como coordenadora da CUFA Brasil, diretora da Expo Favela Minas e Coordenadora de territorialidade da Comunidade Door. Marciele foi reconhecida como Mulher Além das Gerais pela Federaminas e foi vencedora do Brics Women’s Innovation Competition Award em 2022.

Maria Jose da Silva

Descendente do grupo étnico Funiô, uma aldeia indígena localizada em Pernambuco, Maria José da Silva chegou a Alagoas em 1989. Sua trajetória é marcada pela luta pelos direitos das mulheres negras, quilombolas, indígenas, ciganos, população LGBTQI+, assim como de outras populações periféricas nos processos de inclusão social e de enfrentamento da violência de gênero. Maria Silva foi secretária da Central Única das Favelas (SCF) e superintendente regional (Nordeste) da Fundação Palmares (2013 a 2015), quando participou ativamente do processo de certificação de 32 Quilombos. Em junho de 2018, assumiu a Secretaria de Estado da Mulher e dos Direitos Humanos – SEMUDH de Alagoas, nomeada pelo Partido dos Trabalhadores (PT).  Em sua administração, deu à SEMUDH um novo papel, que começou a desenvolver atividades de inclusão nas políticas públicas priorizando as mulheres das comunidades tradicionais (ciganos, índios, caboclos, seringueiros, quilombos, pescadores e jangadeiros), a população rural, pessoas sem teto, pessoas com deficiência e a população LGBTQI+.

Maria implementou uma gestão pública inovadora e mais participativa, levando sua equipe a todas as regiões de Alagoas para dar apoio às comunidades mais distantes e necessitadas na busca de soluções para melhorar a proteção dos direitos humanos. A paixão de Maria José pelo empoderamento das mulheres, pelo fim da violência e pela proteção dos direitos indígenas, bem como sua experiência e liderança foram fundamentais para sua indicação para participar do Programa de Liderança de Visitantes Internacionais, que ocorreu em 2020 e se concentrou no combate à violência de gênero.

Txai Surui

Walelasoetxeige Paiter Bandeira Suruí

Txai Suruí nasceu do povo Suruí em Rondônia, Brasil.  Ela tem sido inspirada por seus pais, que são mais conhecidos por seu trabalho no combate ao desmatamento na Amazônia. Seu pai é o chefe Almir Suruí e sua mãe é a ativista Ivaneide Suruí. Ela é uma das vozes mais proeminentes na luta contra a mudança climática e é fundadora e coordenadora do Movimento da Juventude Indígena de Rondônia. Seu grupo conta atualmente com 1700 membros. Txai foi a primeira de seu povo a obter um diploma de Direito e agora trabalha com a equipe jurídica Kanindé, para preservar os direitos e a terra dos Povos Indígenas. Seu trabalho está centrado na justiça climática, pois a crise ambiental na Amazônia afeta diretamente seus territórios e suas vidas.  Ela é uma das seis jovens ativistas do clima que processam o governo brasileiro por mudar sua linha de base de carbono de 2005 para cumprir os objetivos de redução de carbono do Acordo Climático de Paris.