Café da Manhã sobre a Infraestrutura na Venezuela
Brasília, Brasil,
Quinta-feira, 1º de agosto de 2019, 8-9h00
Como preparado para apresentação.
(Apresentado por Norman Anderson, Presidente/CEO CG/LA)
Obrigado, Norm, pelas gentis palavras e à equipe da CG/LA por organizar esta discussão que destaca o futuro da Venezuela.
As necessidades de infraestrutura na Venezuela são muito mais severas que em outros países latino-americanos em razão dos anos de negligência.
E porque sua economia encolheu de 5 a 25 por cento ao ano sob o regime de Maduro, os valores parecem desproporcionalmente elevados.
Os esforços, portanto, devem ser sustentados pela confiança no rápido crescimento econômico.
Essa confiança será baseada em reformas econômicas, no Estado de direito, na transparência e integridade no governo e nos negócios, na cooperação global e na integração regional.
O crescimento também vai precisar de uma assistência inicial significativa para acionar os motores.
As apresentações de hoje são um passo importante e eu anseio por trabalhar com cada um de vocês para o renascimento da Venezuela.
Antes de discutirmos a solução, vamos olhar a situação hoje:
- As taxas de inflação estavam relativamente estáveis até a eleição de Maduro em 2013, depois da qual elas se elevaram a mais de um milhão por cento ao ano.
- A maioria dos venezuelanos não pode arcar com uma dieta de 2.200 calorias e o adulto perdeu involuntariamente uma média de 11 quilos no ano passado.
- Nada funciona corretamente: nem a eletricidade, nem a água, nem os esgotos, nem o sistema de ônibus, nem a saúde pública, nem a distribuição de alimentos e medicamentos, nem tampouco a liquidez.
- Mais de quatro milhões de pessoas deixaram o país.
- As dívidas venezuelanas combinadas totalizam cerca de 190 bilhões de dólares e continuam a subir.
- O PIB tem se encolhido sistematicamente desde 2014.
- E nem o governo Maduro nem seus aliados são capazes ou têm a intenção de resolver esses problemas.
A Venezuela vai continuar a se deteriorar até que o governo reconhecido internacionalmente de Juan Guaidó seja capaz de implementar as necessárias reformas econômicas, políticas e sociais.
Neste café da manhã, vocês ouvirão a embaixadora do presidente Guaidó, Maria Teresa Belandria, o assessor econômico Daniel Sierra e Victor Garcia, especialista em gás e petróleo da Venezuela.
Eles discutirão suas visões sobre a reforma econômica e a recuperação da Venezuela.
Para se preparar para os dias posteriores à mudança de regime, o Conselho de Segurança Nacional pediu ao Departamento de Comércio para elaborar uma abordagem ao nível de todo o executivo do governo dos EUA para a estabilização econômica da Venezuela depois da saída de Maduro e seus correligionários.
Quatorze diferentes agências federais e quase cem pessoas têm trabalhado por quatro meses e produziram centenas de páginas de tarefas de ação e seu calendário.
Todo o nosso trabalho segue uma presunção primordial:
Tudo em que estamos trabalhando são sugestões – o governo Guaidó é quem vai decidir o que é melhor para o povo da Venezuela e como a comunidade internacional pode ajudar a melhorar a situação.
A coordenação com ele e o apoio a ele são, e continuarão a ser, o pilar de todo o nosso esforço.
Também trabalhamos junto com o Brasil e outros parceiros na América Latina, além de instituições financeiras internacionais como o Banco Interamericano para o Desenvolvimento e executivos com experiência recente no setor privado na Venezuela.
Estabelecemos quatro vertentes de ação principais no processo de estabilização – energia, estabilização macro econômica e financeira, normalização agrícola e reabilitação do setor privado.
Há elementos importantes a curto, médio e longo prazo para cada uma.
Tanto do ponto de vista humanitário como do político, é preciso que haja benefícios imediatos e visíveis para a população.
A curto prazo, está a assistência humanitária imediata e outros auxílios nos primeiros um a dois meses; a médio prazo, está o trabalho para reverter o impacto do socialismo dos meses três a doze e o esforço a longo prazo é para restaurar o crescimento econômico sustentável.
Na vertente de ação de energia:
- “Assistência Imediata”: Liberalizar o setor e promover a participação de empresas privadas, incluindo dos EUA, através da nova lei de hidrocarbonetos sob consideração na Assembleia Nacional.
- “Revertendo o Socialismo”: Facilitar o investimento privado, a reabilitação da geração de energia e rodadas de licitação de petróleo. Nesse período, o governo estabelecerá totalmente seus termos de governança para empresas energéticas e investimentos.
Lembrem-se – até coisas simples como a compra de peças de reposição foram negligenciadas – portanto, desfazer os efeitos do socialismo não é tarefa fácil. - “Restaurando o Crescimento”: Os EUA continuarão a prover assistência técnica para criar condições para a recuperação do setor. O objetivo após um ano é reverter o declínio de investimento e da produção no setor energético, facilitando a infusão de dinheiro e expertise em petróleo, gás natural e eletricidade.
Na estabilização macroeconômica e financeira:
- “Assistência Imediata”: Os EUA vão levantar as sanções, promover o crédito comercial doméstico e internacional, enviar consultores técnicos e engajar as instituições financeiras internacionais para fomentar a confiança nas novas políticas econômica na Venezuela.
- “Revertendo o Socialismo”: Reformular o banco central da Venezuela, o sistema de impostos, instituições fiscais, dívida e o setor bancário no contexto de um acordo de longo-prazo com o FMI e a necessidade de estabilidade econômica e eleições livres.
- “Restaurando o Crescimento”: Continuando as reformas, infusões de capital e de talentos, incluindo o retorno de expatriados, para disparar o crescimento econômico sustentável.
Na normalização agrícola:
- “Assistência Imediata”: Apoiar a provisão de auxílio imediato de alimentos, iniciar as importações de sementes e equipamento de fertilização, engajar fornecedores de tecnologia e produtores nacionais.
- “Revertendo o Socialismo”: Fomentar a cooperação agrícola entre os EUA e a Venezuela e estimular as cadeias de suprimento locais e regionais, ajudando os produtores nacionais a atender melhor às necessidades do país.
- “Restaurar o Crescimento”: Fortalecer conhecimento técnico nacional, melhorar a capacitação e os padrões, desenvolver um sistema de informação de mercado nacional, reformar a propriedade da terra e aumentar o acesso ao crédito.
E, na vertente de ação para a restauração do setor privado:
- “Assistência Imediata”: Os EUA vão remover as restrições comerciais para as empresas americanas, mobilizar contatos de negócios com a Venezuela e fomentar um eleitorado para reformas pró-mercado e pró-negócios.
Por exemplo, o Departamento vai criar prontamente uma câmara de compensação virtual e depois nacional para informações em tempo real sobre oportunidades de comércio exterior e investimentos para empresas americanas e internacionais. - “Revertendo o Socialismo”: A liberalização do clima de negócios na Venezuela, a remoção de controles do Estado, uma estratégia de privatização, reforma da lei comercial e a luta contra a corrupção ajudarão a atrair o investimento internacional.
- “Restaurando o Crescimento”: Este será um processo contínuo que se baseará nos esforços anteriores.
Investimento em infraestrutura, é claro, será parte integrante de todo esse trabalho.
Trabalhando conosco, o governo Guaidó, outros parceiros e especialistas identificaram mais de 20 projetos de energia, infraestrutura e meio ambiente de importância crucial para a estabilização econômica da Venezuela.
Os projetos de investimento fundamentais focam nas necessidades imediatas para a reabilitação e modernização em áreas como eletricidade, gás, esgoto e água.
O sistema de transporte coletivo precisa de atenção imediata – e peças de reposição para reparos.
A infraestrutura física (estradas, portos e pontes), reabilitação e, em alguns casos, conclusão, são necessárias para assegurar a conectividade de grandes centros com o interior do país.
A expansão da capacidade de portos e pontes essenciais é vital para os setores de mineração, petróleo e gás.
Portanto, já estamos engajados com o setor privado e instituições financeiras internacionais para dar andamento a esses projetos.
Deixe-me reiterar, o apoio, expertise e investimento da comunidade de negócios internacional serão cruciais para esses projetos e para a restauração econômica da grande nação que a Venezuela já foi.
Nós acreditamos de todo o coração que a atual situação não precisa ser uma sentença perpétua.
Estamos satisfeitos que a CG-LA tenha organizado esta reunião para que possamos fortalecer nossas relações com vocês e conhecer quais são suas precondições para o enorme montante de investimentos em infraestrutura necessário e o calendário lógico para os projetos.
Estou ansioso por acompanhar a discussão e receber suas contribuições.
Obrigado novamente e vamos começar.