Declarações dos EUA e do Brasil à imprensa no Itamaraty

Palavras do Subsecretário Keith Krach

Introdução: Relações EUA-Brasil

Olá a todos. É ótimo estar aqui no Brasil. Obrigado, Embaixador Costa e Silva, por sua calorosa acolhida.

Estou aqui num momento em que o ímpeto da parceria EUA Brasil é tão forte como sempre.

Compartilhamos uma amizade vibrante que abrange dois séculos de interesses mútuos e valores compartilhados. No centro de nossa parceria está nosso compromisso com os valores democráticos princípios de confiança…

Como as duas maiores democracias e economias do hemisfério, estamos trabalhando juntos para enfrentar os desafios globais e regionais mais urgentes do século 21.

Diálogo Ambiental EUA-Brasil

Hoje, juntamente com o Ministro das Relações Exteriores Araújo, tive a honra de lançar o Diálogo Quadro de Cooperação Ambiental EUA-Brasil em uma série de desafios críticos de proteção ambiental.

O Brasil e os Estados Unidos compartilham o compromisso de resolver os desafios ambientais e garantir um planeta saudável por muitos anos. Continuaremos colaborando para proteger e conservar o meio ambiente, enquanto aproveitamos o poder do setor privado para o benefício de nossos cidadãos e de nosso planeta.

Intercâmbio Japão-E.U.-Brasil

Também hoje, lançamos a parceria trilateral Japão-E.U.A.-Brasil. Nossos três países identificaram três pilares que formam a base da cooperação conjunta: fortalecimento da colaboração em políticas sobre questões regionais, busca da segurança econômica compartilhada, e governança democrática.

Em particular, uma questão estratégica que atravessa todas estas três áreas de colaboração política. Em termos de lidar com as ameaças de longo prazo à privacidade de dados, segurança, direitos humanos e colaboração confiável.

A Rede Limpa é composta por países com a mesma mentalidade, estratégia civil, abrangente e duradoura baseada em Padrões de Confiança Digital aceitos internacionalmente e representa a execução de uma estratégia plurianual, construída sobre uma coalizão de parceiros de confiança.

Juntos nós três, Japão, Estados Unidos e Brasil, todos expressamos o compromisso de assegurar redes 5G seguras, resistentes e confiáveis e apoio às Propostas de Praga e padrões de confiança digitais internacionalmente aceitos, que formam a base da Caixa de Ferramentas 5G Limpa da União Européia e da Rede Limpa.

Esta é uma grande notícia porque 31 das 37 nações do OCDE já são membros.

A Rede Limpa

A Rede Limpa é uma coalizão de agora 49 países limpos, representando quase dois terços do PIB mundial, 170 empresas de telecomunicações limpas e muitas empresas limpas líderes, e

  • 27 dos 30 aliados da OTAN;
  • 31 dos 37 membros da OCDE;
  • 26 dos 27 Membros da União Européia; e
  • 11 das 12 nações dos Três Mares fazem todas parte da Rede Limpa.

E estou emocionado que, esta tarde, o Ministro das Relações Exteriores Araujo tenha expressado apoio aos princípios da Rede Limpa. Em nome do secretário Pompeo, agradeço a vocês. Os ousados inovadores de sua nação sem dúvida apreciarão a liderança visionária contínua do Governo do Brasil.

O que há nele para o Brasil?

Nos últimos dias, encontrei-me com muitos dos principais líderes empresariais brasileiros.  Há um amplo consenso sobre a importância de uma infraestrutura 5G segura e confiável.

Augusto Lins, Presidente da Stone Pagamentos:

  • Ter uma rede 5G limpa é muito importante para combater o crime cibernético, violações de dados e lavagem de dinheiro, bem como para atrair investimentos para novos produtos e serviços de valor agregado que exigirão soluções inovadoras.
  • Uma rede é apenas tão forte quanto seu elo mais fraco.

Um executivo disse que a adesão à Rede Limpa ajudaria o Brasil a se tornar uma plataforma global de exportação, transformando um mercado de 200 milhões de consumidores em 500 milhões.

NEC América Latina:

  • A Rede Limpa com arquitetura de rede de acesso de rádio aberta suportará uma diversidade de fornecedores confiáveis.  Isto é bom para o crescimento econômico do Brasil, bom para as operadoras e bom para os consumidores.
  • A arquitetura aberta e a Clean 5G ajudarão o Brasil a se tornar um produtor global de componentes de rede.

Siemens Brasil:

  • Uma Rede 5G Limpa não diz respeito apenas a telefones celulares; trata-se de processos críticos de fabricação, plataformas de petróleo e gás e redes de energia, sistemas de saneamento e internet das coisas.
  • A Rede Limpa ajudará a garantir que a infra-estrutura crítica do Brasil — sistemas de energia, transporte e saneamento — seja segura e confiável.

A Rede Limpa ajudará a nos tornar uma plataforma de exportação confiável, expandindo o mercado brasileiro de 200 milhões de consumidores para potencialmente 500 milhões de consumidores.

Redes limpas são importantes para salvaguardar a propriedade intelectual e a privacidade do usuário.

É disso que se trata a Rede Limpa – CONFIANÇA.

Conclusão: É sobre confiança

Confiança é a palavra mais poderosa em qualquer idioma.  É a base de todo relacionamento importante — pessoal, comercial ou qualquer outro. Você compra de pessoas de sua confiança. Você faz parcerias com pessoas em quem você confia.

Os Estados Unidos e o Brasil confiam um no outro. Confiamos que o Brasil tomará a decisão certa sobre a 5G para seus cidadãos, empresas e, em última instância, para sua segurança nacional. E os Estados Unidos estarão ali ao seu lado.

Secretário de Negociações Bilaterais e Regionais nas Américas Pedro Miguel da Costa e Silva

(O original pode ser encontrado em: http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/notas-a-imprensa/21948-visita-do-subsecretario-para-crescimento-economico-energia-e-meio-ambiente-do-departamento-de-estado-dos-eua-keith-krach-ao-brasil-de-9-a-11-de-novembro-de-2020)

Visita do Subsecretário para Crescimento Econômico, Energia e Meio Ambiente do Departamento de Estado dos EUA, Keith Krach, ao Brasil, de 9 a 11 de novembro de 2020

O Brasil recebe, nos dias 9, 10 e 11 de novembro, a visita do subsecretário para Crescimento Econômico, Energia e Meio Ambiente do Departamento de Estado (DoS) dos EUA, Keith Krach. A visita constitui mais um marco no processo recente de adensamento da relação bilateral, em áreas como comércio, investimentos, meio ambiente, cooperação espacial e mineração. Proporciona, ademais, oportunidade para o aprofundamento do diálogo entre os dos países em temas da pauta internacional.

Na área de meio ambiente, o subsecretário Krach participou, no dia 10 de novembro, no Ministério das Relações Exteriores (MRE), do lançamento do Diálogo Ambiental Brasil-Estados Unidos, que permitirá o aprofundamento da cooperação nesse campo entre os dois países. Divulgou-se, na ocasião, comunicado conjunto sobre a iniciativa. Entre as áreas prioritárias identificadas para maior colaboração, estão o bem-estar de comunidades indígenas; a promoção da bioeconomia; o combate à extração ilegal de madeira e o saneamento básico.

As áreas prioritárias do Diálogo Ambiental alinham-se com iniciativas do governo federal para a melhora da qualidade ambiental urbana e para a conservação e o desenvolvimento sustentável da Amazônia. Ilustram, também, o objetivo comum de Brasil e EUA em promover, nos marcos do desenvolvimento sustentável, o aproveitamento econômico dos recursos naturais, com consequente geração de oportunidades para seus cidadãos, e combater práticas ambientais criminosas em todas as suas formas, além de engajar o setor privado em projetos com impacto positivo para o meio ambiente.

O subsecretário Krach participou, também, no dia 10 de novembro, no Itamaraty, da reunião inaugural do diálogo trilateral Japão-Estados Unidos-Brasil (JUSBE), mecanismo inovador de coordenação e geração de iniciativas concretas entre os três países, fundado nos valores compartilhados de democracia, liberdades fundamentais, estado de direito e economia de mercado. O plano de trabalho do JUSBE contempla três pilares de atuação: i) temas regionais; ii) prosperidade econômica; e iii) governança democrática.

A visita do Subsecretário de Estado Krach foi oportunidade também para troca de considerações sobre o tema da cooperação espacial bilateral. O Governo brasileiro estuda a possibilidade de cooperar com a NASA no Programa Artemis, conforme convite feito pelo Conselheiro de Segurança Nacional, Robert O’Brien, em sua recente visita ao Brasil (19-20/10).

O Programa pretende enviar, até 2024, missão tripulada à Lua, a qual deverá ser integrada pela primeira astronauta mulher a viajar ao satélite natural da Terra. O MCTI e a AEB examinam, em contato com a NASA, a maneira como poderá se dar a participação brasileira no Programa Artemis. Durante a visita do subsecretário Krach, também foi criado grupo de trabalho bilateral para levar adiante iniciativas na área de recursos minerais estratégicos, tema fundamental para a segurança e o desenvolvimento de Brasil e EUA.

Na área econômica, o Ministro Ernesto Araújo e o subsecretário Krach repassaram o progresso na agenda das relações de comércio e investimentos, como a retomada das reuniões do Fórum de Altos Executivos, cujo último encontro ocorreu no dia 28 de setembro, e a assinatura do Protocolo sobre Regras Comerciais e Transparência, celebrada no dia 19 de outubro.

Tanto no exercício JUSBE, quanto no âmbito bilateral, Brasil e EUA discutiram novos temas, como economia digital e 5G. O Brasil apoia os princípios contidos na proposta do Clean Network feita pelo EUA, inclusive na Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), destinados a promover, no contexto do 5G e outras novas tecnologias, um ambiente seguro, transparente e compatível com os valores democráticos e liberdades fundamentais.

O Ministro Ernesto Araújo reiterou que o Brasil está determinado a participar de todas as discussões de parâmetros e regras na OCDE. O secretário Krach, de sua parte, reiterou que o rápido ingresso do Brasil na OCDE representaria importante reforço daquela organização e seus objetivos.

Integraram a delegação da missão oficial do subsecretário Krach, o secretário assistente para Recursos Energéticos, Frank Fannon, e a vice-secretária assistente para o Hemisfério Ocidental, Julie J. Chung, ambos representantes do Departamento de Estado.