Bom dia a todos. Muito obrigada por sua presença hoje, especialmente os meus colegas do Governo Brasileiro. Obrigada, Phil, pela gentil apresentação, e por tudo o que você e a Qualcomm fizeram para possibilitar a mesa redonda de hoje. Agradeço aos nossos debatedores por estarem aqui e compartilharem seu conhecimento conosco.
Recentemente, visitei a Califórnia, onde reuni com empresas, como a própria Qualcomm, e com pesquisadores, que trabalham com o desenvolvimento de tecnologias inovadoras. Fiquei impressionada com o nível de atividade inovadora ocorrendo na Califórnia – e entusiasmada com a perspectiva de expansão da parceria entre os Estados Unidos e o Brasil na área de inovação.
Esta mesa redonda foi criada para discutir a inovação, particularmente a inovação no Brasil, e como isso pode beneficiar nossa relação bilateral. Isto é especialmente importante neste momento crucial, dado que o presidente Obama e a presidente Dilma Rousseff se reunirão no dia 30 de junho e que temos muito entusiasmo e expectativas positivas para aprofundar a parceria. Como vocês sabem, a presidenta Dilma Rousseff tem destacado a importância da cooperação com os Estados Unidos nas áreas de inovação, ciência e tecnologia.
Mas o que é exatamente inovação? Para nós, a inovação é “o processo pelo qual indivíduos e organizações geram novas ideias e as colocam em prática.”
Além disso – fundamentalmente – a inovação é a “base do crescimento econômico norte-americano e da competitividade nacional.”
Mas inovação é algo que está disponível para qualquer país, para qualquer pessoa – porque a inovação é o resultado de uma característica natural do ser humano: a curiosidade. As grandes mentes da Renascença – Copérnico, Galileu, Newton – se atreveram a perguntar “Por quê?”, em vez de aceitarem a sabedoria convencional de sua época, eles a desafiaram por meio de experimentos.
A curiosidade pode ser encontrada no núcleo das maiores inovações nos Estados Unidos. Benjamin Franklin, por exemplo, suspeitava que o relâmpago fosse composto por eletricidade. Dizem que o Franklin saiu no meio de uma tempestade para testar sua hipótese com uma chave de bronze presa a uma pipa. Os experimentos bem como as pesquisas inovadoras de Franklin o levaram a criar o pára-raios. Décadas depois, quando Franklin chegou a Paris como o primeiro Embaixador dos Estados Unidos, ele foi saudado como um herói, o homem que salvou inúmeras casas e vidas da destruição. Eu gosto de pensar sobre como Franklin foi tanto um inventor quanto um Embaixador.
Então, a curiosidade alimenta a inovação. E, como vamos ouvir de nossos oradores de hoje, a proteção da propriedade intelectual também alimenta a inovação. E não importa em que parte do mundo a inovação ocorre, ela alimenta o crescimento econômico. A curiosidade somada à proteção da propriedade intelectual, resulta em inovação e crescimento económico.
Gostaria de salientar que inovação e propriedade intelectual são conceitos que datam da fundação dos Estados Unidos. Em abril comemoramos o aniversário de 225 anos da Lei de Patentes.
Hoje, tal como no século 18, os direitos de propriedade intelectual permitem aos inventores, criadores artísticos e empreendedores assumirem riscos e serem recompensados por isso. Nos Estados Unidos, as indústrias dedicadas à propriedade intelectual sustentam mais de 40 milhões de empregos – 40 milhões! Essas indústrias contribuem com mais de 5 trilhões de dólares para o nosso produto interno bruto. Isso é um terço do nosso PIB total.
Como disse, a propriedade intelectual desempenha um papel fundamental, impulsionando a inovação e o crescimento econômico. Nos Estados Unidos, as indústrias intensivas em propriedade intelectual sustentam mais de 40 milhões de vagas de emprego – 40 milhões! Essas indústrias contribuem mais de 5 trilhões de dólares para o nosso produto interno bruto. Isso é um terço do nosso PIB total.
As patentes ajudam os inovadores dos EUA a obter financiamento, construir empresas e introduzir suas invenções no mercado. Por isso, a emissão rápida e acurada desses patentes é de suma importância para o nosso Escritório de Patentes e Marcas Comerciais (U.S. Patent and Trademark Office – USPTO).
Como as duas maiores economias do hemisfério ocidental, Brasil e os Estados Unidos compartilhamos uma responsabilidade e temos uma grande oportunidade de trabalhar em conjunto para promover políticas e parcerias de apoio à inovação e ao crescimento econômico.
Nos dias 27-28 de maio, tivemos a Reunião da Comissão Mista EUA-Brasil de Cooperação Científica e Tecnológica em Washington, na qual discutimos avanços nas pesquisas voltadas ao meio ambiente, à física de altas energias, às redes inteligentes, às energias renováveis e à biomedicina.
A cooperação no âmbito da propriedade intelectual é um tema central do Diálogo Comercial EUA-Brasil. O Escritório de Patentes e Marcas Comerciais dos EUA (U.S. Patent and Trademark Office – USPTO) é um ator central nessas discussões – é, também, o órgão que ajudou a organizar a mesa redonda de hoje. Gostaria de salientar que o USPTO tem dado prioridade ao Brasil como um dos primeiros países a ter um escritório adido do USPTO – isto indica o grau de comprometimento dos Estados Unidos com o aprofundamento da cooperação de Propriedade Intelectual com o Brasil.
O Brasil tem um grande celeiro de talento criativo e inovador em termos de capital humano. Atualmente, possui o maior acelerador de partículas na América Latina e está construindo outro que será ainda maior. O Brasil também tem sido um líder em monitoramento de desastres naturais, tecnologias espaciais e tecnologia nuclear civil.
A economia da Internet e a base de usuários do Brasil estão em crescimento constante, com mais de 50% da população conectada atualmente. Brasileiros consomem enormes quantidades de conteúdo digital e o Brasil é um dos maiores mercados globais para plataformas de mídia social tais como Facebook, Twitter, YouTube e WhatsApp.
Muitas das empresas mais inovadoras dos Estados Unidos estão investindo fortemente no Brasil. No ano passado, a GE abriu um centro de pesquisa e desenvolvimento global no Rio de Janeiro, que custou 250 milhões de dólares e que vai se concentrar inicialmente no setor de energia. Este ano, a Boeing e a Embraer abriram um centro conjunto em São Paulo voltado à pesquisa de biocombustíveis de aviação. Muitas outras empresas, tais como a Qualcomm, 3M, Dell, Dow, DuPont, Google, GM, HP, IBM, Microsoft, Motorola, and Whirlpool, têm, recentemente, operado ou anunciado centros de pesquisa e desenvolvimento no Brasil.
Hoje as inovações em ciência e tecnologia são um processo global. Empresas competitivas, universidades e as comunidades científica e tecnológicas já não produzem mais ideias em um só lugar.
Nos Estados Unidos, tentamos assegurar que nosso ambiente legal e regulatório seja o mais desimpedido possível, para que os negócios e os inventores – americanos e estrangeiros – possam comercializar suas ideias inovadoras com êxito. Acreditamos que este modelo ajuda a criar uma economia robusta assim como uma melhoria do padrão de vida.
2015 será um ano crítico para aprofundar a nossa cooperação bilateral voltada à inovação. Eu gostaria de destacar uma área que talvez seja inesperada, que é a governança da Internet; ou seja, as normas, regras e normas técnicas que determinam como nos conectamos online. O modelo existente da governança da Internet, conhecido como “multistakeholder governance”, é fortemente apoiado pelo Brasil. Aplaudimos a liderança do Brasil nessa área, dado que o modelo de “multistakeholder governance” permite que a internet permaneça uma plataforma aberta e inter-operável que facilita a inovação.
Ambos os países devem continuar a apoiar os programas de intercâmbio acadêmico que se concentram em estudantes de ciências, tecnologia, engenharia e matemática, e devemos garantir que esses programas promovam a maior participação das mulheres nas áreas de ciência e tecnologia inovadoras.
Convido vocês a ouvir os especialistas que temos agendados para hoje, que irão ilustrar como, por meio da inovação e da propriedade intelectual, procuramos garantir que as próximas gerações de criadores possam obter proteção de PI que irá incentivá-los a criar novos produtos e vendê-los no mundo inteiro.
Eu sei que os temas abordados hoje vão estar em primeiro plano na agenda da presidenta Dilma Rousseff em sua visita a Washington no final do mês. Não tenho dúvida alguma que nossos presidentes vão querer levar a nossa parceria voltada à inovação a um novo patamar.
Mais uma vez, obrigado por terem vindo hoje. A Embaixada dos EUA aguarda ansiosamente por parcerias com vocês, hoje e no futuro, para que possamos descobrir a quantidade de coisas maravilhosas que podemos criar juntos.