Pronunciamento do Presidente Obama no Discurso Sobre o Estado da União

CASA BRANCA
Escritório do Secretário de Imprensa
Para divulgação imediata

Capitólio dos Estados Unidos
Washington, DC

21h10 (horário da Costa Leste dos EUA)

PRESIDENTE BARACK OBAMA: Senhor presidente da Câmara, senhor vice-presidente, congressistas, concidadãos:

Esta noite marca o oitavo ano que venho aqui para relatar sobre o Estado da União. E neste último, tentarei ser um pouco mais breve. (Aplausos.) Sei que alguns de vocês estão ansiosos para voltar para Iowa. (Risos.) Já estive lá. Depois nos cumprimentos, se quiserem algumas dicas. (Risos.)

E sei também que, por ser ano eleitoral, as expectativas quanto ao que realizaremos este ano são baixas. Mas, mesmo assim, senhor presidente, agradeço sua atitude construtiva e a dos outros líderes no final do ano passado para aprovar o orçamento e tornar os cortes fiscais permanentes para as famílias trabalhadoras. Espero, portanto, que possamos trabalhar juntos este ano em algumas prioridades bipartidárias como a reforma da Justiça Criminal – (aplausos) – e ajudar as pessoas que estão lutando contra o abuso de drogas prescritas e o abuso de heroína. (Aplausos.) Portanto, quem sabe, poderemos mais uma vez surpreender os céticos.

Mas, esta noite, quero passar rapidamente pela tradicional lista de propostas para o ano que se inicia. Não se preocupem, tenho muitas, desde ajudar os estudantes a aprender como escrever códigos de computador até personalizar os tratamentos médicos para os pacientes. E continuarei pressionando por avanços nos trabalhos que acredito ainda precisam ser feitos. Reforma do nosso falido sistema de imigração. (Aplausos.) Proteção dos nossos filhos contra a violência das armas de fogo. (Aplausos.) Equiparação salarial para trabalho igual. (Aplausos.) Licença remunerada. (Aplausos.) Aumento do salário mínimo. (Aplausos.) Todas essas coisas ainda são importantes para famílias trabalhadoras. Ainda é a coisa certa a fazer. E não vou desistir até que sejam feitas.

Mas no meu último discurso para esta casa, não quero falar apenas sobre este ano que se inicia. Quero falar sobre os próximos cinco, dez anos ou mais. Quero falar do nosso futuro.

Vivemos em uma época de mudanças extraordinárias – mudanças que estão reformulando a maneira como vivemos, como trabalhamos, o nosso planeta, o nosso lugar no mundo. Mudanças que prometem inovações fabulosas na área médica, mas também problemas econômicos que prejudicam as famílias trabalhadoras. Mudanças que preveem educação para meninas nos mais remotos vilarejos, mas também conectam conspirações terroristas a um oceano de distância. São mudanças que podem ampliar as oportunidades ou aumentar a desigualdade. E, gostemos ou não, o ritmo dessas mudanças só vai acelerar.

Os Estados Unidos já passaram por grandes mudanças antes – guerras e depressão, influxo de novos imigrantes, trabalhadores lutando por condições justas e movimentos para ampliar os direitos civis. E toda vez houve aqueles que nos disseram para temer o futuro; que argumentaram que podíamos pisar no freio da mudança; que prometeram restaurar a glória do passado se simplesmente controlássemos algum grupo ou alguma ideia que ameaçasse os Estados Unidos. E, a cada vez, superamos esses medos. Nas palavras de Lincoln, não somos adeptos dos “dogmas do passado tranquilo”. Ao contrário, pensamos de forma inovadora e agimos de forma inovadora. Fizemos com que a mudança jogasse a nosso favor, sempre expandindo a promessa dos Estados Unidos para a próxima fronteira, para mais pessoas. E, porque vimos oportunidade onde os outros só enxergavam o perigo, ressurgimos mais fortes e melhores que antes.

O que foi verdade naqueles tempos pode ser verdade agora. Nossos pontos fortes e singulares como nação – nosso otimismo e nossa ética de trabalho, nosso espírito de descoberta, nossa diversidade, nosso compromisso com o Estado de Direito – essas coisas nos dão tudo que precisamos para garantir prosperidade e segurança para as próximas gerações.

De fato, foi com esse espírito que fizemos avanços nesses últimos sete anos. Foi como nos recuperamos da pior crise econômica em gerações. (Aplausos.) Foi como reformamos nosso sistema de saúde e reinventamos o setor de energia. (Aplausos.) Foi como fornecemos mais cuidados e benefícios aos nossos soldados na volta para casa e aos nossos veteranos. (Aplausos.) Foi como garantimos a liberdade em todos os estados de casar com a pessoa que amamos. (Aplausos.)

Mas esses avanços não são inevitáveis. São resultados das escolhas que fizemos juntos. E enfrentamos escolhas desse tipo neste momento. Vamos reagir às mudanças da nossa época com medo, isolando-nos como nação, hostilizando uns aos outros como povo? Ou vamos enfrentar o futuro confiando em quem somos, nos valores que defendemos e nas coisas incríveis que conseguimos fazer juntos?

Portanto, vamos falar sobre o futuro e quatro grandes perguntas que, como país, acredito que temos de responder – independentemente de quem seja o próximo presidente ou de quem controle o próximo Congresso.

Primeira, como dar a todos uma possibilidade justa de oportunidade e segurança nesta nova economia? (Aplausos.)

Segunda, como fazer para que a tecnologia trabalhe para nós e não contra nós – principalmente quando se trata de resolver problemas urgentes como as mudanças climáticas? (Aplausos.)

Terceira, como manter os Estados Unidos seguros e na liderança do mundo sem nos tornar a sua polícia? (Aplausos.)

E, por fim, como fazer com que a nossa política reflita o que há de melhor em nós e não o que temos de pior?

Vou começar pela economia e um fato básico: os Estados Unidos da América, neste momento, têm a economia mais forte e estável do mundo. (Aplausos.) Estamos em meio ao mais longo período da nossa história de crescimento de emprego contínuo no setor privado. (Aplausos.) Mais de 14 milhões de novos postos de trabalho, os dois anos de maior crescimento do emprego desde os anos 1990, uma taxa de desemprego reduzida pela metade. Nossa indústria automobilística acaba de registrar o melhor ano de todos os tempos. (Aplausos.) Isso é só parte de uma explosão manufatureira que criou aproximadamente 900 mil novos empregos nos últimos seis anos. E fizemos tudo isso cortando, ao mesmo tempo, nosso déficit em quase três quartos. (Aplausos.)

Qualquer um que diga que a economia dos Estados Unidos está em declínio está fazendo ficção. (Aplausos.) A verdade – e a razão para que muitos americanos se sintam ansiosos – é que a economia tem passado por mudanças muito profundas, mudanças que começaram muito antes da Grande Recessão; mudanças que não esmoreceram.

Hoje, a tecnologia não só substitui empregos na linha de montagem, mas em qualquer função que possa ser automatizada. Em uma economia global, as empresas podem se estabelecer em qualquer lugar e enfrentam uma concorrência mais acirrada. Como resultado, os trabalhadores têm menos poder de negociação para conseguir aumentos salariais. As empresas têm menos lealdade às suas comunidades. E cada vez mais a riqueza e a renda se concentram mais no topo das camadas sociais.

Todas essas tendências têm pressionado os trabalhadores, mesmo quando estão empregados; mesmo quando a economia está crescendo. Ficou mais difícil para as famílias trabalhadoras sair da pobreza, mais difícil para os jovens iniciar a carreira e mais difícil para os trabalhadores se aposentarem quando quiserem. E, embora essas tendências não sejam exclusivas dos Estados Unidos, elas agridem nossa crença caracteristicamente americana de que todos que trabalham com dedicação devem ter uma oportunidade justa.

Nos últimos sete anos, nosso objetivo foi uma economia em crescimento que também funcione melhor para todos. Fizemos progressos. Mas precisamos fazer mais. E, apesar de todas as discussões políticas que tivemos nos últimos anos, há realmente algumas áreas de amplo consenso entre os americanos.

Concordamos que oportunidade real exige que todos os americanos recebam a educação e a capacitação necessárias para obter um emprego bem remunerado. A reforma bipartidária Nenhuma Criança Fora da Escola foi um importante começo e, juntos, ampliamos a educação infantil, elevamos as taxas de conclusão do ensino médio a novos recordes e promovemos a formação em áreas como engenharia. Nos próximos anos, devemos avançar com base nesses progressos, fornecendo educação infantil para todos e – (aplausos) – oferecendo a todos os estudantes aulas práticas de ciência e matemática que os deixarão preparados para o emprego desde o primeiro dia. Devemos recrutar e apoiar mais professores altamente competentes para nossas crianças. (Aplausos.)

E precisamos fazer com que todos os americanos possam pagar uma faculdade. (Aplausos.) Nenhum estudante aplicado deve ficar atolado em dívidas. Já reduzimos as parcelas do empréstimo estudantil a 10% da renda do tomador do empréstimo. E isso é bom. Mas, agora, precisamos realmente reduzir os custos da faculdade. (Aplausos.) Proporcionar dois anos de faculdade comunitária sem custo a todos os alunos responsáveis é uma das melhores maneiras de fazer isso, e vou continuar lutando para que isso comece este ano. (Aplausos.) Trata-se da coisa certa a ser feita. (Aplausos.)

Mas uma educação de qualidade não é a única coisa de que precisamos nesta nova economia. Precisamos também de benefícios e proteções que forneçam uma medida básica de segurança. Não é exagero dizer que algumas das únicas pessoas nos Estados Unidos que vão continuar no mesmo emprego, no mesmo lugar, com um plano de saúde e aposentadoria, por 30 anos, estão aqui nesta casa. (Risos.) Para todos os outros, especialmente para pessoas entre 40 e 50 anos, economizar para a aposentadoria ou se recuperar depois de perder o emprego ficou muito mais difícil. Os americanos sabem que em determinado ponto da carreira, nesta nova economia, podem precisar se reequipar e passar por uma reciclagem profissional. Mas não devem perder o que já trabalharam tanto para construir no processo.

É por essa razão que o Seguro Social e o Medicare são mais importantes que nunca. Não devemos enfraquecê-los, devemos fortalecê-los. (Aplausos.) E para os americanos sem aposentadoria, benefícios básicos devem ser tão móveis quanto tudo o mais hoje em dia. É disso, aliás, que se trata a Lei de Serviços de Saúde Acessíveis. Ela busca eliminar as lacunas com relação ao plano de saúde fornecido pelo empregador de modo que quando você perder o emprego ou voltar para a escola ou decidir ousar e abrir um novo negócio, continue tendo cobertura. Cerca de 18 milhões de pessoas obtiveram cobertura até agora. (Aplausos.) E, no processo, a inflação da saúde desacelerou. E nossas empresas têm criado empregos todo mês desde que a lei foi implementada.

Bem, tenho a impressão que não vamos concordar sobre a saúde tão cedo. (Aplausos.) Um pouco de aplauso daquele lado. (Risos). Só um palpite. Mas deve haver outras maneiras de os partidos poderem trabalhar juntos para melhorar a segurança econômica. Digamos que um americano trabalhador perca o emprego – não devemos apenas garantir que ele receba o seguro-desemprego; devemos nos empenhar para que esse programa o incentive a passar por uma reciclagem profissional para uma empresa que esteja pronta para contratá-lo. Se esse novo emprego não pagar tão bem, deve existir um sistema de seguro salarial para que ele possa continuar pagando suas contas. E mesmo que ele pule de um emprego para outro, ainda assim deve poder economizar para a aposentadoria e levar suas economias com ele. É desse modo que fazemos a nova economia funcionar melhor para todos.

Também sei que o presidente da Câmara dos Deputados, Paul Ryan, tem falado sobre seu interesse em combater a pobreza. Os Estados Unidos estão prestes a dar uma chance a todos que querem trabalhar, uma força. E verei com bons olhos uma discussão séria sobre estratégias que todos nós podemos apoiar, como a expansão dos cortes fiscais para trabalhadores de baixa renda sem filhos. (Aplausos.)

Mas há algumas áreas que, precisamos ser francos, tem sido difícil chegar a um acordo nos últimos sete anos. E grande parte delas se enquadra na categoria do papel que o governo deve ter para garantir que o sistema não seja manipulado em favor dos mais ricos e das grandes empresas. (Aplausos.) E é uma divergência honesta, e o povo americano tem uma escolha a fazer.

Acredito que um setor privado próspero é a força vital da nossa economia. Acredito que há regulamentações superadas que precisam ser mudadas. Há burocracia que precisa ser cortada. (Aplausos.) É isso aí! Sim! (Aplausos.) Mas depois de anos de lucros recordes das empresas, as famílias de trabalhadores não terão mais oportunidades ou salários maiores apenas permitindo que grandes bancos ou grandes petroleiras ou fundos de hedge façam suas próprias regras em detrimento dos demais. (Aplausos.) As famílias de classe média não vão se sentir mais seguras porque permitimos que ataques à negociação coletiva ficassem sem resposta. Os beneficiários do auxílio-alimentação não causaram a crise financeira; mas sim a imprudência em Wall Street. (Aplausos.) Os imigrantes não são a principal razão de os salários não terem subido; essas decisões são tomadas nas salas de reuniões que com muita frequência colocam os lucros trimestrais acima dos retornos de longo prazo. Certamente não é a família média americana que nos assiste esta noite que evita pagar impostos em contas offshore. (Aplausos.)

O ponto é: acredito que nesta nova economia os trabalhadores e as startups e as pequenas empresas precisam de mais voz, não de menos. As regras devem funcionar para eles. (Aplausos.) E não estou sozinho nisso. Este ano pretendo valorizar as muitas empresas que descobriram que fazer a coisa certa para seus trabalhadores ou seus clientes ou suas comunidades acaba sendo bom para seus acionistas. (Aplausos.) E quero disseminar essas melhores práticas pelos Estados Unidos. Isso faz parte de um futuro melhor. (Aplausos.)

Na verdade, muitos dos nossos melhores cidadãos corporativos são também os mais criativos. E isso me leva à segunda grande pergunta que temos de responder como país: como reacender esse espírito de inovação para responder aos nossos maiores desafios?

Há 60 anos, quando os russos nos superaram no espaço, não negamos que o Sputnik estava lá. (Risos.) Não argumentamos contra a ciência nem diminuímos nosso orçamento para pesquisa e desenvolvimento. Construímos um programa espacial praticamente da noite para o dia. E 12 anos depois estávamos andando na Lua. (Aplausos.)

Esse espírito de descoberta está no nosso DNA. Os Estados Unidos são Thomas Edison e os irmãos Wright e George Washington Carver. Os Estados Unidos são Grace Hopper e Katherine Johnson e Sally Ride. Os Estados Unidos são todos os imigrantes e empreendedores de Boston a Austin ao Vale do Silício, correndo para moldar um mundo melhor. (Aplausos.) É assim que somos.

E durante os últimos sete anos, alimentamos esse espírito. Protegemos uma internet aberta e adotamos novas medidas ousadas para colocar mais estudantes e americanos de baixa renda on-line. (Aplausos.) Lançamos uma nova geração de centros de produção e ferramentas on-line que dão aos empreendedores tudo que precisam para abrir uma empresa em um único dia. Mas podemos fazer muito mais.

No ano passado, o vice-presidente Biden disse que, com uma nova grande descoberta como a que nos levou à Lua, os Estados Unidos podem curar o câncer. No mês passado, ele trabalhou com este Congresso para dar aos cientistas dos Institutos Nacionais de Saúde os recursos mais significativos que receberam em mais de uma década. (Aplausos.) Assim, esta noite estou anunciando um novo esforço nacional para levar isso adiante. E porque ele lutou por todos nós em tantas questões nos últimos 40 anos, estou encarregando Joe do controle da missão. (Aplausos.) Pelos entes queridos que todos nós perdemos, pelos familiares que ainda podemos salvar, vamos fazer dos Estados Unidos o país que cura o câncer de uma vez por todas. (Aplausos.)

A pesquisa médica é crucial. Precisamos do mesmo nível de compromisso quando se trata de desenvolver fontes de energia limpa. (Aplausos.) Vejam, se alguém ainda quiser contestar a ciência no que diz respeito às mudanças climáticas, vá em frente. Estará praticamente sozinho, porque vai debater com nossos militares, a maioria dos líderes empresariais dos Estados Unidos, a maioria do povo americano, quase toda a comunidade científica e 200 nações que concordam que isso é um problema e que pretendem resolvê-lo. (Aplausos.)

Mas mesmo que o planeta não estivesse em perigo, mesmo que 2014 não tivesse sido o ano mais quente de que se tem registro – até 2015 acabar sendo ainda mais quente –, por que iríamos querer perder a chance de as empresas americanas produzirem e venderem a energia do futuro? (Aplausos.)

Há sete anos, fizemos o maior investimento em energia limpa da nossa história. Eis os resultados. Em campos de Iowa ao Texas, a energia eólica é hoje mais barata que a energia convencional mais suja. Em telhados do Arizona a Nova York, a energia solar está economizando para os americanos dezenas de milhões de dólares ao ano na conta de luz e empregando mais americanos que o carvão – em empregos que remuneram melhor que a média. Estamos adotando medidas para dar aos proprietários de casas a liberdade de gerar e armazenar sua própria energia – algo, a propósito, que ambientalistas e o Tea Party se uniram para apoiar. Enquanto isso, reduzimos nossas importações de petróleo estrangeiro em quase 60% e diminuímos a poluição de carbono mais do que qualquer outro país da Terra. (Aplausos.) A gasolina a dois dólares o galão também não é nada mal. (Aplausos.)

Agora temos de acelerar a transição, deixando para trás as antigas fontes de energia mais sujas. Em vez de subsidiar o passado, devemos investir no futuro – em especial nas comunidades que dependem de combustíveis fósseis. Não fazemos nenhum favor a elas quando não lhes mostramos quais são as tendências. É por isso que vou pressionar para mudar a maneira como gerimos nossos recursos de petróleo e carvão, de modo que possam melhor refletir os custos que impõem aos contribuintes e ao nosso planeta. Dessa forma, colocamos o dinheiro de volta nas comunidades e colocamos dezenas de milhares de americanos para trabalhar na construção de um sistema de transporte do século 21. (Aplausos.)

Nada disso vai acontecer da noite para o dia. E, sim, há muitos interesses arraigados que querem proteger o status quo. Mas os empregos que criaremos, o dinheiro que economizaremos, o planeta que preservaremos – esse é o tipo de futuro que nossos filhos e netos merecem. E isso está ao nosso alcance.

As mudanças climáticas são apenas uma das muitas questões nas quais nossa segurança está ligada ao resto do mundo. E é por isso que a terceira grande pergunta que temos de responder juntos é como manter os Estados Unidos seguros e fortes sem nos isolar ou tentar construir nações onde quer que haja um problema.

Disse antes que toda a conversa sobre o declínio econômico dos Estados Unidos é bravata política. Como também é toda retórica que ouvem sobre nossos inimigos estarem ficando mais fortes e os Estados Unidos, mais fracos. Vou lhes dizer uma coisa. Os Estados Unidos da América são a nação mais poderosa da Terra. Ponto final. (Aplausos.) Ponto final. Não chegam nem perto. Nem perto. (Aplausos.) Nem perto. Investimos mais nas nossas Forças Armadas do que as oito outras maiores nações juntas. Nossas tropas são a melhor força de combate da história do mundo. (Aplausos.) Nenhuma nação nos ataca diretamente, ou a nossos aliados, porque sabe que é o caminho para a ruína. Pesquisas mostram que a nossa posição no mundo está mais alta do que quando fui eleito para este cargo e, quando se trata de qualquer questão internacional importante, o mundo não se volta para a liderança de Pequim ou Moscou – ele nos chama. (Aplausos.)

É útil contextualizar aqui, porque quando não o fazemos, não tomamos boas decisões.

Como alguém que começa todo dia com um informe do serviço de inteligência, sei que estes são tempos perigosos. Mas isso não é devido a alguma superpotência iminente e certamente não é devido à diminuição da força americana. No mundo de hoje, somos ameaçados menos por impérios do mal e mais por Estados falidos.

O Oriente Médio está passando por uma transformação que se desenrolará por uma geração, enraizado em conflitos que remontam a milênios. Ventos econômicos contrários estão vindo de uma economia chinesa que passa por uma transição significativa. Mesmo com a economia em grave contração, a Rússia está despejando recursos para apoiar a Ucrânia e a Síria – Estados que viu escapar de sua órbita. E o sistema internacional que construímos depois da Segunda Guerra Mundial se esforça agora para acompanhar essa nova realidade.

Cabe a nós, os Estados Unidos da América, ajudar a reconstruir esse sistema. E para fazer isso bem temos de definir prioridades.

A prioridade número um é proteger o povo americano e combater as redes terroristas. (Aplausos.) A Al Qaeda e agora o Estado Islâmico representam uma ameaça direta ao nosso povo, porque no mundo de hoje, mesmo um punhado de terroristas que não dá nenhum valor à vida humana, inclusive à própria vida, pode causar muitos danos. Eles usam a internet para envenenar a mente de pessoas dentro do nosso país. Suas ações minam e desestabilizam nossos aliados. Temos de eliminá-los.

Mas ao nos concentrarmos em destruir o Estado Islâmico, alegações exageradas de que esta é a Terceira Guerra Mundial apenas reforçam o jogo deles. Massas de combatentes transportados em picapes e almas pervertidas que tramam em apartamentos ou garagens representam um enorme perigo a civis; precisam ser detidas. Mas eles não ameaçam nossa existência nacional. (Aplausos.) Essa é a história que o Estado Islâmico quer contar. Esse é o tipo de propaganda que usam para recrutar. Não precisamos engrandecê-los para mostrar nossa seriedade e certamente não precisamos afastar aliados vitais nesta luta ecoando a mentira de que o Estado Islâmico é de certa forma representante de uma das maiores religiões do mundo. (Aplausos.) Apenas precisamos chamá-los pelo que são – assassinos e fanáticos que devem ser extirpados, perseguidos e destruídos. (Aplausos.)

E é exatamente isso que estamos fazendo. Há mais de um ano, os Estados Unidos lideram uma coalizão de mais de 60 países para acabar com o financiamento do Estado Islâmico, desmantelar seus planos, deter o fluxo de combatentes terroristas e aniquilar sua ideologia viciosa. Com quase 10 mil ataques aéreos, estamos destruindo sua liderança, seu petróleo, seus campos de treinamento e suas armas. Estamos treinando, armando e apoiando forças que estão gradualmente recuperando territórios no Iraque e na Síria.

Se for séria a intenção deste Congresso de ganhar esta guerra, e se quiser enviar uma mensagem aos nossos soldados e ao mundo, autorizem o uso de força militar contra o Estado Islâmico. Votem. (Aplausos.) Votem. Mas o povo americano deve saber que, com ou sem a ação do Congresso, o Estado Islâmico aprenderá as mesmas lições dos terroristas antes deles. Se duvidam do compromisso dos Estados Unidos – ou do meu – para fazer justiça, apenas perguntem a Osama bin Laden. (Aplausos.) Perguntem ao líder da Al Qaeda no Iêmen, que foi eliminado no ano passado, ou ao autor dos atentados de Benghazi, que está preso. Quando eles vêm atrás dos americanos, vamos atrás deles. (Aplausos.) Pode levar tempo, mas não temos memória curta, e nosso alcance não tem limites. (Aplausos.)

Nossa política externa deve se concentrar na ameaça do Estado Islâmico e da Al Qaeda, mas não pode parar aí. Porque, mesmo sem o Estado Islâmico, mesmo sem a Al Qaeda, a instabilidade continuará por décadas em muitas partes do mundo – no Oriente Médio, no Afeganistão, no Paquistão, em partes da América Central, da África e da Ásia. Alguns desses lugares podem se tornar refúgios seguros para novas redes terroristas. Outros serão vítimas de conflitos étnicos ou da fome, alimentando a próxima onda de refugiados. O mundo recorrerá a nós para ajudarmos a solucionar esses problemas, e nossa resposta precisa ser mais do que conversa dura ou convocações para bombardear civis. Isso pode funcionar como frase de efeito na TV, mas não vai adiante no cenário mundial.

Também não podemos tentar assumir e reconstruir todos os países que estiverem em crise, mesmo que seja com a melhor das intenções. (Aplausos.) Isso não é liderança; isso é receita para atoleiro, derramando sangue e riquezas do país, o que acabará nos enfraquecendo. É a lição do Vietnã; é a lição do Iraque – e já deveríamos ter aprendido. (Aplausos.)

Felizmente, há uma abordagem mais inteligente, uma estratégia paciente e disciplinada que utiliza todos os elementos da nossa força nacional. Ela diz que os Estados Unidos sempre agirão, sozinhos se necessário, para proteger nosso povo e nossos aliados; mas em questões de interesse global, mobilizaremos o mundo para trabalhar conosco e garantir que os outros países façam sua parte.

Essa é a nossa abordagem para conflitos como o da Síria, onde estamos fazendo parceria com forças locais e liderando esforços internacionais para ajudar aquela sociedade arruinada a buscar uma paz duradoura.

É por isso que criamos uma coalisão global, com sanções e diplomacia de princípios, para evitar que o Irã obtivesse uma arma nuclear. E enquanto estamos aqui, o Irã recuou em seu programa nuclear, desfez seus estoques de urânio e o mundo evitou mais uma guerra. (Aplausos.)

Foi assim que conseguimos deter a propagação do Ebola na África Ocidental. (Aplausos.) Nossos militares, nossos médicos, nossos trabalhadores do desenvolvimento – foram heróis – lançaram a plataforma que permitiu a outros países participar desse nosso esforço para pôr fim à epidemia. Centenas de milhares, até dois milhões de vidas foram salvas.

Foi assim que fizemos a Parceria Transpacífica (TPP), para abrir mercados, proteger trabalhadores e o meio ambiente e promover a liderança americana na Ásia. Ela derruba 18 mil tributos sobre produtos feitos nos Estados Unidos, que depois vão respaldar mais bons empregos aqui nos Estados Unidos. Com a TPP, a China não define as regras na região. Nós as definimos. Vocês querem mostrar nossa força neste século? Aprovem este acordo. Deem-nos as ferramentas para aplicá-lo. É a coisa certa a fazer. (Aplausos.)

Vou dar outro exemplo. Os 50 anos do isolamento de Cuba não promoveram a democracia e nos deixou para trás na América Latina. É por isso que reestabelecemos as relações diplomáticas – (aplausos) – abrimos a porta para viagens e comércio e nos posicionamos para melhorar a vida do povo cubano. (Aplausos.) Então, se quiserem consolidar nossa liderança e credibilidade no continente, reconheçam que a Guerra Fria acabou – suspendam o embargo. (Aplausos.)

A liderança americana no século 21 não é uma opção entre ignorar o resto do mundo – exceto onde matamos terroristas – e ocupar e reconstruir qualquer sociedade que esteja desmoronando. Liderança significa a utilização do poderio militar com sabedoria, mobilizando o mundo para boas causas. Significa entender nossa assistência estrangeira como parte da nossa segurança nacional, não como algo separado, não como caridade.

Quando lideramos 200 nações no acordo mais ambicioso da história para combater as mudanças climáticas – sim, isso ajuda os países vulneráveis, mas também protege nossos filhos. Quando ajudamos a Ucrânia a defender sua democracia, ou a Colômbia a resolver uma guerra que durava décadas, isso fortalece a ordem internacional da qual dependemos. Quando ajudamos países africanos a alimentar suas populações e cuidar dos enfermos – (aplausos) – é a coisa certa a fazer, e evita que a próxima pandemia atinja nosso território. Agora mesmo, estamos trabalhando para pôr fim ao flagelo do HIV/Aids. Isso está ao nosso alcance. (Aplausos.) E temos a chance de conseguir o mesmo com a malária – algo que pressionarei este Congresso a financiar este ano. (Aplausos.)

Essa é a força dos EUA. Assim é a liderança americana. E esse tipo de liderança depende do poder do nosso exemplo. É por isso que continuarei a trabalhar para fechar a prisão de Guantánamo. (Aplausos.) É cara, desnecessária e só serve de panfleto de recrutamento para nossos inimigos. (Aplausos.) Há um caminho melhor. (Aplausos.)

É por isso que precisamos rejeitar qualquer política – qualquer política — que torne as pessoas alvos de perseguição por causa de sua raça ou religião. (Aplausos.) Permitam-me dizer uma coisa. Não se trata do que é politicamente correto. Trata-se de entender o que é que nos faz fortes. O mundo nos respeita não só pelo nosso arsenal; somos respeitados por nossa diversidade, nosso espírito aberto e pela maneira como respeitamos todas as crenças.

Sua Santidade, o papa Francisco, falou a esta instituição, deste mesmo lugar, dizendo que “imitar o ódio e a violência dos tiranos e assassinos é a melhor forma de assumir o lugar deles”. Quando políticos insultam muçulmanos, no exterior ou nossos concidadãos, quando uma mesquita é vandalizada ou uma criança sofre bullying, isso não nos torna mais seguros. Não é assim que funciona. É simplesmente errado. (Aplausos.) Isso nos diminui aos olhos do mundo. Dificulta atingir nossos objetivos. Isso trai nossa identidade como país. (Aplausos.)

“Nós, o povo.” Nossa Constituição começa com essas três palavras simples, palavras que reconhecemos significar todas as pessoas, não somente algumas; palavras que nos lembram que ascendemos juntos e caímos juntos, e é assim que podemos aperfeiçoar nossa União. Isso me traz à quarta, e talvez a mais importante questão que quero abordar esta noite.

O futuro que queremos – todos queremos – oportunidade e segurança para nossas famílias; um padrão de vida cada vez mais alto e um planeta pacífico e sustentável para nossos filhos – tudo isso está ao nosso alcance. Mas só acontecerá se trabalharmos juntos. Só acontecerá se pudermos realizar debates racionais e construtivos. Só será possível se arrumarmos nossa política.

Uma política melhor não significa que temos que concordar em tudo. Este é um país grande – regiões diferentes, atitudes diferentes, interesses diferentes. O que também é uma das nossas forças. Nossos fundadores distribuíram poder entre estados e entre os três poderes do governo, esperando que discutíssemos, assim como eles, sobre o tamanho e a forma do nosso governo, sobre o comércio e as relações exteriores, sobre o significado da liberdade e os imperativos de segurança.

Mas a democracia requer laços básicos de confiança entre seus cidadãos. Não funciona se acharmos que as pessoas que discordam de nós são motivadas por malícia. Não funciona se pensarmos que a oposição não é patriota ou tenta enfraquecer os Estados Unidos. A democracia deixa de funcionar se não houver disposição para chegar a um meio-termo, ou mesmo quando fatos básicos são contestados, ou quando ouvimos somente aqueles que concordam conosco. Nossa vida pública se desfaz quando só as vozes mais extremas recebem toda a atenção. E o mais importante, a democracia entra em colapso quando as pessoas comuns sentem que sua opinião não têm importância, que o sistema está manipulado em benefício dos ricos, dos poderosos ou de algum interesse especial.

Muitos americanos se sentem assim agora. Uma das poucas coisas que lamento do meu mandato é que o rancor e a suspeita entre os partidos tenha piorado em vez de melhorar. Não tenho dúvida de que um presidente com os dons de Lincoln ou Roosevelt poderia resolver melhor a discórdia, e garanto que continuarei tentando melhorar enquanto ocupar o cargo.

Mas, meus concidadãos, essa tarefa não pode ser minha – nem de nenhum presidente – sozinho. Há muita gente nesta casa, pessoas boas que gostariam de mais cooperação, gostariam de ver um nível mais alto de debates em Washington, mas sentem-se pressionadas pelos imperativos de se verem eleitas, pelo barulho que vem de suas bases. Eu sei; vocês me disseram. É o segredo mais mal guardado de Washington. E muitos de vocês não estão gostando de ficar atrelados a esse tipo de rancor.

Mas isso significa que se quisermos uma política melhor – e estou me dirigindo ao povo americano agora – se quisermos uma política melhor, não é suficiente trocar um congressista, um senador ou mesmo o presidente. Temos que mudar o sistema para que ele reflita o que há de melhor em nós. Acho que é tempo de pôr fim à prática de desenhar nossos distritos eleitorais para que os políticos possam escolher seus eleitores, e não o contrário. (Aplausos.) Seria bom que um grupo bipartidário fizesse isso. (Aplausos.)

Temos que reduzir a influência do dinheiro na política para que um punhado de famílias ou interesses ocultos não possam financiar nossa eleição. (Aplausos.) E se nossa proposta atual para o sistema de financiamento de campanhas não for aceita pelos tribunais, precisaremos trabalhar juntos para encontrar uma solução real – porque é um problema. E a maioria de vocês não gosta de arrecadar dinheiro. Eu sei; Eu já fiz isso. (Aplausos.) Precisamos facilitar o voto, não dificultar. (Aplausos.) Precisamos modernizá-lo para adaptá-lo à vida que temos hoje. (Aplausos.) Assim são os Estados Unidos: queremos facilitar a participação das pessoas. E durante este ano, eu pretendo viajar pelo país para promover reformas que façam exatamente isso.

Mas não posso fazer essas coisas sozinho. (Aplausos.) Mudanças em nosso processo político – não só no que diz respeito a quem se elege, mas como são eleitos – só acontecerão quando o povo americano exigir. Depende de vocês. É o que significa um governo de, por e para o povo.

O que estou sugerindo é difícil. É muito mais fácil ser cético; aceitar que a mudança não é possível, que não há esperança na política e o problema é que todos que são eleitos não se importam, e acreditar que nossas opiniões e ações não importam. Mas se desistirmos agora, renunciaremos a um futuro melhor. Aqueles com dinheiro e poder terão maior controle sobre as decisões que podem enviar um jovem soldado à guerra ou permitir outro desastre econômico ou retroceder na questão da igualdade de direitos e no direito a voto, pelos quais gerações de americanos lutaram, e até morreram, para garantir. E aí, à medida que cresce a frustração, haverá vozes que nos impelirão a nos fechar em nossas respectivas tribos, a transformar em bodes expiatórios concidadãos que não se parecem conosco, não rezam como nós, não votam como nós ou não têm as mesmas origens.

Não podemos seguir esse caminho. Ele não nos levará à economia que queremos. Não produzirá a segurança que queremos. Mas, principalmente, ele contradiz tudo em nós que causa inveja ao mundo.

Portanto, meus concidadãos, seja lá no que vocês acreditam, se preferem um partido ou nenhum, se apoiaram a minha agenda ou a combateram com todas as suas forças – nosso futuro coletivo depende da disposição de vocês para cumprir seus deveres de cidadão. Votar. Manifestar-se. Colocar-se em defesa dos outros, especialmente dos mais fracos, especialmente dos vulneráveis, sabendo que cada um de nós só está aqui porque alguém, em algum lugar, posicionou-se em nossa defesa. (Aplausos.) Precisamos que todos os americanos permaneçam ativos na nossa vida pública – e não apenas no período eleitoral – para que a nossa vida pública reflita a bondade e a decência que vejo no povo americano todo santo dia.

Não é fácil. O nosso tipo de democracia é difícil. Mas posso prometer que daqui a pouco mais de um ano, quando eu não estiver mais neste cargo, estarei exatamente aí com vocês como cidadão, inspirado pelas vozes de justiça e visão, de garra e bom humor e gentileza que ajudaram os Estados Unidos a chegar tão longe. Vozes que nos ajudam a nos ver, não como negros ou brancos, asiáticos ou latino-americanos, homossexuais ou heterossexuais, imigrantes ou americanos de nascença, não como democratas ou republicanos, mas, antes de tudo, como americanos unidos por um credo comum. Vozes que Luther King acreditava teriam a última palavra – vozes da verdade desarmada e do amor incondicional.

E elas estão por aí, essas vozes. Elas não recebem muita atenção, não procuram fazer muito estardalhaço, mas estão ocupadas fazendo o trabalho que este país precisa fazer. Eu as vi em todos os lugares por onde passei neste nosso país incrível. Eu vejo vocês, o povo americano. E nos seus atos diários de cidadania, vejo nosso futuro se descortinando.

Eu o vejo no trabalhador da linha de montagem que faz horas extras para manter sua empresa aberta e no patrão que lhe paga um salário mais alto em vez de demiti-lo.

Eu o vejo na sonhadora que fica acordada até tarde para terminar seu projeto de ciências e na professora que chega cedo, e talvez com alguns suprimentos extras que comprou porque sabe que essa jovem poderá um dia curar uma doença.

Eu o vejo no americano que cumpriu sua sentença na prisão, que errou quando criança, mas agora sonha em recomeçar. E eu o vejo no empresário que lhe dá uma segunda chance. No ativista decidido a provar que a Justiça importa – e no jovem policial que faz a ronda, tratando todo mundo com respeito, fazendo o trabalho corajoso e silencioso de nos manter seguros. (Aplausos.)

Vejo no soldado que dá quase tudo para salvar seus irmãos, na enfermeira que cuida dele até que ele possa correr uma maratona, na comunidade que sai às ruas para aclamá-lo.

É o filho que encontra coragem para assumir quem é, e o pai cujo amor por esse filho supera tudo o que tinha aprendido. (Aplausos.)

Eu o vejo na senhora idosa que espera na fila o tempo que for necessário para depositar seu voto na urna; no novo cidadão que vota pela primeira vez; nos voluntários durante a apuração que acreditam que cada voto deve contar – porque cada um deles, de uma maneira ou de outra, sabe o quanto vale esse direito precioso.

Assim são os Estados Unidos que eu conheço. Este é o país que amamos. Lúcido Magnânimo. Destemido diante do desafio. Otimista de que a verdade desarmada e o amor incondicional terão a última palavra. (Aplausos.) É isso que me enche de esperança no nosso futuro. Por causa de vocês. Eu acredito em vocês, no povo americano.

E é por isso que estou aqui confiante como sempre de que o Estado da nossa União é forte. (Aplausos.)

Obrigado. Que Deus os abençoe. Que Deus abençoe os Estados Unidos da América. (Aplausos.)

FIM

22h11 (horário da Costa Leste dos EUA)