Pronunciamento do Presidente na Recepção às Equipes Olímpica e Paralímpica dos EUA 2016

CASA BRANCA

Escritório do Secretário de Imprensa

Para divulgação imediata

Salão Leste

12h50 (horário de verão da Costa Leste dos Estados Unidos)

PRESIDENTE: Olá, pessoal! (Aplausos.) Bem-vindos à Casa Branca! Em primeiro lugar vamos dar uma salva de palmas à inspiradora equipe paralímpica dos EUA! (Aplausos.) E vamos aplaudir aqueles que são de longe os ganhadores do maior número de medalhas da Olimpíada Rio 2016: o Time EUA! (Aplausos.)

Agora, antes de tudo, quero que vocês saibam que eu ia fazer na saída uma espécie de rotina de solo com a Simone. (Risos.) Mas decidi que, como tem muita gente, seria…

MICHELLE OBAMA: E ele não alcança os dedos do pé.

PRESIDENTE: E eu não alcanço os dedos do pé. (Risos.) Assim, descartamos essa ideia. Vocês são os últimos times olímpico e paralímpico que teremos a honra de receber na Casa Branca. (Aplausos.)

MICHELLE OBAMA: Nós.

PRESIDENTE: Mas a história do Time EUA deste ano é só sobre primeiros. Nossos atletas olímpicos foram os primeiros muito mais vezes do que todos os outros. Os outros não chegaram nem perto: 46 ouros. Sem nos gabar, mas 46 ouros. (Aplausos.) Vocês fizeram com que os EUA se tornassem o primeiro país em 40 anos a ficar no topo do quadro de medalhas em todas as categorias. (Aplausos.) E foi um feito obtido com conquistas inéditas.

Assim, por exemplo, só uma mulher americana ganhou ouro no salto sobre o cavalo. Só uma atleta americana ganhou quatro ouros na ginástica em uma mesma edição olímpica. Trata-se desta jovem, Simone Biles. (Aplausos.)

Só uma americana ganhou o ouro no arremesso de peso. Michelle Carter. (Aplausos.)

Só uma afro-americana ganhou ouro na natação. Ela é Simone Manuel. (Aplausos.)

Só um atleta americano do boxe, entre homens e mulheres, conquistou a medalha de ouro em duas edições seguidas dos Jogos Olímpicos – Claressa Shields. (Aplausos.)

Só uma ciclista ganhou três medalhas de ouro em um mesmo evento – Kristin Armstrong, dos Estados Unidos, que conseguiu isso em uma pista molhada de chuva um dia antes de completar 43 anos. (Aplausos.)

Só uma atleta olímpica foi medalhista em seis edições consecutivas dos Jogos Olímpicos. Trata-se de Kim Rhode, dos Estados Unidos. (Aplausos.)

Só uma mulher ganhou seis ouros no atletismo: Allyson Felix, dos Estados Unidos. (Aplausos.)

Só um país levou todas as medalhas nos 100 metros com barreiras feminino. Trata-se dos Estados Unidos da América. Palmas para Brianna, Nia e Kristi pelo excelente trabalho. (Aplausos.)

E depois tem essa jovem chamada Katie Ledecky. (Aplausos.) Katie está em algum lugar aí atrás – lá está ela. Fiquei com medo que ela fosse me pedir para segurar todas as suas medalhas enquanto eu falava ou algo assim, porque – (risos) – bem, ela bateu seus próprios recordes nos 400 metros e nos 800 metros nado livre. Nos 800 esteve o tempo todo muito à frente das outras nadadoras. Quando vocês assistiram pela TV… todos vocês viram pela TV? Parecia que não tinha mais ninguém na piscina. (Risos.) Uma loucura!

E houve alguns primeiros lugares que mostram ao mundo que a grandeza dos Estados Unidos não vem apenas de notas altas ou tempos rápidos, mas da nossa diversidade, da nossa tolerância e do nosso coração aberto. Na Rio 2016, a esgrimista Ibtihaj Muhammad tornou-se a primeira atleta americana a competir nos Jogos Olímpicos usando o hijab (véu islâmico). E isso também é importante, pois uma das coisas maravilhosas que adoramos quando vemos nossos atletas olímpicos é que todos são das mais diferentes origens, tipos e tamanhos – mas todo muito é boa-pinta. (Risos.) Eles simplesmente exalam saúde. Todos têm dentes realmente brancos e olhos realmente brilhantes. (Risos.)

MICHELLE OBAMA: Frutas e legumes! (Risos e aplausos.)

PRESIDENTE: Frutas e legumes.

Portanto, tudo isso se aplica a toda a equipe, mas vocês perceberam que há uma preponderância das mulheres que eu mencionei aqui. (Aplausos.) Uma das razões pelas quais o nosso país se orgulha tanto do Time EUA deste ano é que 2016 foi das atletas olímpicas dos Estados Unidos. Não resta dúvida. (Aplausos.)

Tivemos mais mulheres competindo nesses Jogos do que qualquer outro país jamais teve. Só as nossas mulheres ganharam mais ouros que a maioria dos países. As 61 medalhas das nossas mulheres – mais do que qualquer equipe feminina – bateram o recorde estabelecido, é claro, pelo Time EUA quatro anos atrás. E como pai de duas jovens – para que elas tenham esse exemplo de saúde e determinação, competição, persistência e força – isso me deixa realmente orgulhoso. Portanto, muito obrigado pelo excelente trabalho que vocês fizeram.

Agora, os atletas da Rio 2016 nos proporcionaram marcos e momentos suficientes para durar pelos próximos quatro anos. Michael Phelps tornou-se o maior atleta olímpico de todos os tempos, quebrou um recorde de 2 mil anos de mais títulos olímpicos individuais. Bater um recorde de 2 mil anos é realmente impressionante. (Risos.) Vocês sabem o que eu quero dizer? Se foi preciso voltar aos gregos é porque esse recorde é impressionante. (Risos.)

Os nossos times de basquete masculino e feminino continuam a dominar o mundo. Sam Kendricks, reservista do Exército dos EUA e atleta do salto com vara, parou no meio de sua corrida na pista para ficar em pé, em atitude de respeito, quando ouviu o nosso hino nacional tocando do outro lado do estádio. Obrigado, Sam. (Aplausos.) E logo depois que Will Claye conquistou a medalha de prata no salto triplo, correu para a arquibancada para pedir a mão de sua namorada, a atleta olímpica Queen Harrison, em casamento. (Risos e aplausos.) Portanto, teve de tudo. (Risos.)

É claro, continuamos a ser inspirados por nossos atletas paralímpicos, como Allysa Seely. Certa vez seus médicos disseram que ela talvez não voltasse a andar. Ela então foi à luta e venceu um triatlo – desculpe doutores. (Aplausos.) Brad Snyder, veterano da Marinha, perdeu a visão com uma bomba caseira no Afeganistão – foi à luta e conquistou três ouros na piscina. (Aplausos.) A sargento Elizabeth Marks, ferida no Iraque, continua na ativa em nosso Exército, não esconde suas cicatrizes, simplesmente vai à luta e leva o ouro nos 100 metros nado peito. É isso que ela faz. (Aplausos.)

E depois ficamos admirados com atletas americanos como Abbey D’Agostino, que mostrou que as Olimpíadas são mais do que simplesmente estabelecer recordes. Trata-se de espírito esportivo e caráter. Alguns de vocês viram Abbey trombar com outra corredora na pista – rasgando seu ligamento cruzado anterior (LCA). Abbey se levantou, pegou nas mãos da sua competidora e disse: “Levanta, temos de terminar esta corrida.” “Temos de terminar esta corrida.” E esse é um sentimento extraordinário no meio de um evento individual. Mas é exatamente disso que se deve tratar o espírito olímpico e o espírito americano. (Aplausos.)

Portanto, poderia continuar falando sem parar, mas se continuar por muito mais tempo, vocês vão acabar fazendo a “Careta do Phelps” para mim. Vocês vão ficar… (risos) – vocês vão ficar com fome. Vocês querem cair fora daqui. Portanto, permitam-me dizer apenas o quanto vocês foram motivo de orgulho não só para Michele e para mim, mas para todos os americanos. E nos inspiram a fazer o que fazemos com muito mais afinco.

Admiramos o desempenho atlético de vocês, mas admiramos também o caráter e a perseverança de vocês. Sabemos que vocês não fazem isso por dinheiro nem pela fama. Vocês sabem. (Risos.) Muitos de vocês têm emprego em tempo integral ou estão estudando ao mesmo tempo e depois ainda tentam encontrar tempo para a família e contribuir para causas. Muitos de vocês participaram de campanhas como It’s On Us (Depende de Nós) e Let’s Move! (Vamos nos Mexer!). E vocês fazem isso concomitantemente com intermináveis horas de treino e, de alguma maneira, fazem parecer fácil.

Portanto, lembrem-se de que vocês sabem que quando as pessoas estão assistindo vocês pela primeira vez e veem o quanto vocês dão duro e o que vocês fazem, elas se sentem inspiradas, elas sentem que podem enfrentar qualquer desafio – o que vocês fazem repercute em todo o país. Imaginem o que significa para uma menina ou um menino que vê alguém como eles fazer alguma coisa e ser o melhor no que faz.

E essa é uma das coisas mais extraordinárias sobre a nossa equipe olímpica. Não existe nem uma criança nos Estados Unidos que olhe para a nossa equipe olímpica e não se veja ali de alguma forma. É uma das razões pelas quais temos tanto sucesso – porque reunimos talentos de todos os cantos do planeta. E no decorrer dos anos de pessoas que chegam – seja na Ilha Ellis ou na Ilha Angel ou vindo pelo Rio Grande; em alguns casos, vindo não por vontade própria – nós nos tornamos em algo mais do que apenas a soma das nossas partes. Nós nos tornamos americanos juntos. E há algo de especial nisso –todas as raças, todas as fés, todas as tradições, todas as orientações, todos marchando juntos orgulhosos sob a mesma bandeira. Ligados não por um credo ou uma cor, mas por nossa devoção a um conjunto duradouro de ideais: que somos todos criados iguais, que podemos pensar e cultuar e amar como quisermos e que podemos ir atrás da nossa própria versão de felicidade.

Essa é uma grande dádiva. É isso que nos torna fortes. E quero, por causa disso, reservar um minuto para agradecer a algumas pessoas que abriram o caminho para criar essa sensação de que estamos nisso juntos. É uma honra ter aqui hoje os lendários Tommie Smith e John Carlos. Onde eles estão? (Aplausos.) Eles são um orgulho. (Aplausos.) O poderoso protesto silencioso deles nos Jogos de 1968 foi polêmico, mas despertou as pessoas e criou mais oportunidades para os que vieram depois deles. E eles estão agora no novíssimo Museu de História e Cultura Afro-Americana. Vocês podem ver as sapatilhas deles. E perto da estátua deles estão as sapatilhas do grande Jesse Owens, as que ele usou nos Jogos de 1936, para que todos os americanos possam ter ideia da coragem que ele teve.

Mas não foi apenas Jesse. Foram outros atletas afro-americanos em plena Alemanha nazista sob o olhar de Adolph Hitler que mostraram a mentira das noções de superioridade racial – ganharam de lavada (risos) – e ensinaram algumas coisinhas sobre democracia e algumas coisinhas sobre o caráter americano. Portanto, é uma honra ter vários de seus familiares hoje aqui. Queremos também prestar a eles o nosso reconhecimento. (Aplausos.)

Na verdade, Jesse Owens disse certa vez: “O propósito das Olimpíadas é nos levar a fazer o nosso melhor.” E Michelle, Joe e eu queremos agradecer a todos vocês não apenas por fazerem o seu melhor, mas por inspirarem o nosso melhor. Obrigado por liderarem pelo exemplo, não apenas a cada quatro anos ou quando as câmeras estão ligadas, mas todo santo dia.

Portanto, parabéns. Que Deus abençoe vocês. Que Deus abençoe os Estados Unidos da América. (Aplausos.)

FIM 13h04 (horário de verão da Costa Leste dos EUA)