Toni Blackman, Artista, Educadora e Ativista de Hip Hop, Participa de um Programa do JAPER no Rio de Janeiro

ToniBlackmanEntre os dias 16 e 18 de novembro de 2014, a performer, poeta e ativista de hip hop de Nova York, Toni Blackman, participou de um programa múltiplo sobre o tema “Hip Hop: Arte, Educação e Ativismo”, no Rio de Janeiro.  No dia 16 de novembro, Toni foi convidada a fazer o encerramento da terceira edição da FLUPP, Festa Literária Internacional das Periferias, que teve lugar na Mangueira.  Toni dividiu a mesa-redonda “Um Oceano de Palavras” com o rapper francês D’ de Kabal, e assistiu à final do concurso 1st Rio Poetry Slam.  O show de rap de Toni Blackman encerrou oficialmente as atividades desta edição da FLUPP.  A artista de Nova York convidou D’ de Kabal e o rapper português Alexandre Diaphra a dividirem o palco com ela, e também cantou e dançou com um grupo de crianças da Mangueira na plateia.

Toni-Blackman-rio-portNo dia 17 de novembro, Toni discutiu o tema “Hip Hop, Educação e Ativismo” com 50 jovens que participam dos programas sócio-educativos da ONG “Galpão Aplauso”.  Ela discutiu o conceito de cypher e ministrou uma sessão de poesia freestyle com os jovens.  Mais tarde, participou de uma mesa-redonda sobre o tema “A Mulher no Hip Hop” na base da CUFA – Central Única das Favelas, em Madureira.  Toni dividiu esse painel com Nega Gizza, a mais famosa rapper mulher do Brasil, que foi recentemente selecionada a participar do programa de intercâmbio International Visitor Leadership Program (IVLP), do Departamento de Estado.  A mesa-redonda foi transmitida ao vivo por Google Hangout para outras bases da CUFA em diversos estados no Brasil.  Como resultado deste programa, Toni convidou Nega Gizza e a CUFA a participarem do programa “Hip Hop Heads”, que pretende desenvolver em 2016 com apoio financeiro do National Endowment for the Arts.  “Hip Hop Heads” pretende desenvolver um cypher global, conectando 40 artistas de hip hop de seis países – EUA, Brasil, Senegal, África do Sul, Quênia e Tanzânia – que participarão de uma improvisação em freestyle pela Web.

O programa de Toni Blackman no Rio encerrou-se com sua participação como keynote na segunda edição do Festival Literário Internacional da Diáspora Negra de São João de Meriti (FLIDAM), no dia 18 de novembro.  Localizada na região metropolitana do Rio de Janeiro, São João de Meriti é uma das cidades de maior densidade populacional da América Latina, mas enfrenta grandes desafios sócio-econômicos-culturais, incluindo a existência de apenas duas bibliotecas formais para uma população de 460.000 habitantes e a total inexistência de livrarias.  A Cônsul dos EUA para Imprensa, Educação e Cultura Jessica Simon participou da solenidade de abertura do FLIDAM, ao lado de autoridades dos governos federal, estadual e municipal, líderes de ONGs, acadêmicos e ativistas.  O keynote proferido por Toni Blackman focou no tema “Poesia, a Palavra Falada e as Artes Literárias”.  O programa em São João de Meriti encerrou-se com atividades culturais, incluindo a visita a um terreiro de candomblé e apresentações de música de dança, de jongo e afoxé.

Toni Blackman interagiu com um público total de 650 pessoas, incluindo autoridades dos governos federal, estadual e municipal; artistas, poetas, rappers e DJs; líderes culturais; acadêmicos, educadores e estudantes; ativistas sociais e afro-brasileiros; líderes religiosos e de ONGs; jornalistas; e crianças e jovens das periferias urbanas.  Toni concedeu entrevistas ao jornal O Globo e à TV Brasil.  O Globo também publicou uma nota sobre o programa no Galpão Aplauso.  Em suas palestras e entrevistas, Toni descreveu cypher como “um círculo de artistas de hip hop – MCs, DJs, dançarinos, slammers, artistas do grafite e atores teatrais – que participam de improvisações coletivas, com o propósito de dar e trocar energia, informações, sentimentos e ideias”.  Segundo ela, a poesia falada, as improvisações em freestyle e o cypher vêm contestando o elitismo da literatura.  Toni concluiu que “o propósito do cypher não são batalhas ou as competições, mesmo se ele pode ser uma arma poderosa na guerra espiritual que vivemos hoje.”